Propina no contracheque


Quadrilha instalada na gestão petista não perdoou nem empréstimos consignados, reprovam tucanos

PicMonkey CollageA falta de escrúpulos da quadrilha que tomou o Brasil de assalto nos governos do PT parece não ter fim. Deputados tucanos apontaram a falta de limites dos corruptos que chegaram a usar dinheiro de trabalhadores e aposentados endividados para irrigar os cofres do partido e de políticos, como ficou demonstrado com a deflagração da Operação Custo Brasil, derivada da Lava Jato, que prendeu Paulo Bernardo, ex-ministro de Lula e Dilma.

As investigações apontaram que o esquema desviava taxas pagas por servidores em empréstimos consignados. Em cinco anos, R$ 100 milhões teriam irrigado o caixa do PT e de políticos ligados à sigla.

Entre 2010 e 2015, os milhares de brasileiros que recorreram a essa modalidade de crédito pagaram em cada parcela mensal uma taxa embutida de R$ 1, destinada a um intermediário chamado Consist Software, contratado pelo Ministério do Planejamento para administrar o serviço. Mas a Consist retinha apenas R$ 0,30 e os outros R$ 0,70 viravam propina, que somada alcançou R$ 100 milhões.

“Realmente essa quadrilha não tem limites e a gente espera que isso tenha seu fim e que todos sejam punidos”, condenou o deputado Eduardo Cury (SP). De acordo com ele, a falta de respeito com os trabalhadores, aposentados e pensionistas é uma marca do PT desde sua fundação “com o imposto sindical e desviando dinheiro dos sindicatos”. “Espero que fique claro para todos o mal que essa quadrilha tem feito ao país”, apontou.

O parlamentar afirma que os tentáculos da quadrilha que esteve instalada por anos no governo parecem não ter fim. Como lembra, funcionários de grandes instituições já vinham sendo prejudicados com os desvios em fundos de pensão. Como se não bastasse, lamenta, o PT conseguiu roubar até dos servidores e aposentados que recorreram a empréstimos por já estarem endividados.

O ex-ministro Paulo Bernardo, que é casado com a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), é peça central no esquema envolvendo os empréstimos consignados. Bernardo foi ministro do PT por dez anos. Ele usou o escritório de advocacia Guilherme Gonçalves, de Curitiba, para receber a propina. O escritório pagou empregados, aluguéis de lofts e serviços jurídicos de Bernardo e Gleisi. Dos R$ 7 milhões destinados ao ex-ministro, 20% eram descontados pelo escritório e R$ 5,6 milhões foram para Bernardo. A investigação sobre Gleisi está no STF.

O deputado Bruno Covas (SP) também destacou a grandiosidade do esquema comandado pelos figurões do PT e comemorou o fato de as investigações continuarem avançando. “Hoje mais uma leva de petistas foi presa. Entre eles um ex-ministro. Impressionante como eles afundaram a esperança dos brasileiros. Mas finalmente essa era está chegando ao fim! Para o PT o inverno já chegou”, afirmou.

Além de Paulo Bernardo, o ex-tesoureiro João Vaccari, que já foi condenado na Lava Jato e cumpre pena, teve nova prisão decretada. Ele comandava a distribuição do dinheiro desviado no partido. A operação de ontem, liderada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal de São Paulo, revela que a corrupção não se limitou à Petrobras e que as investigações avançam além de Curitiba.

Outras 11 pessoas tiveram a prisão decretada. Entre eles, mais um ex-tesoureiro do PT: Paulo Ferreira, marido da ex-ministra Tereza Campello. Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência de Dilma, e Luís Gushiken, ex-ministro das Comunicações de Lula, já falecido, também teriam participado da montagem do esquema de fraudes.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssamdro Loyola)

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24 junho, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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