Abandono


Atraso em obras da ferrovia Transnordestina provocou impacto social, alerta Gomes de Matos

O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) criticou o descaso do governo federal com a obra da ferrovia Transnordestina, que vem se arrastando há quase uma década. Para ele, a gestão petista não dá prioridade ao empreendimento. O tucano presidiu nesta quarta-feira (17) audiência pública da comissão externa que investiga a construção da rodovia.

“Essa é uma obra que vem se arrastando há quase 10 anos e isso mostra a falta de compromisso e prioridade. Fica demonstrada a falta de integração entre os órgãos governamentais, e evidenciado que as instituições financeiras liberam o dinheiro e não acompanham o que está acontecendo na obra”, afirmou o parlamentar, coordenador da comissão especial.

Gomes de Matos lembra que o Tribunal de Contas da União (TCU) pediu uma série de correções no projeto. “São vários relatórios no TCU mostrando que há irregularidades, que há necessidade de melhorar. Os órgãos financeiros nunca tomaram conhecimento. Será que alguém está escondendo esses relatórios? O fato é que ficamos surpresos quando as instituições financeiras reafirmam que as concessionárias estão pleiteando mais recursos, mais aditivos”, aponta o parlamentar.

O tucano destaca que o atraso na obra gerou impactos sociais, problemas ambientais e desapropriações. “Em alguns trechos, em virtude de terem sido abertas valas de 10 metros de altura, houve a falta de integração da comunidade. A escola ficou distante, o posto de saúde também. Com o ramal aberto faltou a integração que existia naquela comunidade”, lamentou.

O deputado garantiu que a comissão externa vai continuar cobrando providências e fará, se preciso, visitas aos canteiros de obras para avaliar o andamento da obra. “A comissão externa que acompanha as obras tem a importância de trazer o debate e cobrar do governo o compromisso real com essa obra”, disse o tucano.

A ferrovia começou a ser construída em junho de 2006, no governo do ex-presidente Lula, e deveria ter ficado pronta quatro anos depois. Foram gastos até agora R$ 7,5 bilhões nas obras, ultrapassando o primeiro orçamento, que era de R$ 4,5 bilhões. Atualmente, a conclusão do empreendimento está prevista para 2018.

Estiveram na audiência o chefe do Departamento de Transportes e Logística do BNDES, Cleverson Aroeira da Silva, e o superintendente Zerbini Guerra de Medeiros, em nome do BNB. Zerbini admitiu que a obra não teve a evolução necessária. O Piauí é o estado onde o trecho se encontra mais adiantado. Já no Ceará, a obra se arrasta.

(Reportagem: Elayne Ferraz/ Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados)

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17 fevereiro, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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