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Enquanto investimentos patinam, governo Dilma aumenta despesas correntes

Números IIIDe um lado, aumento de despesas apesar do discurso para a sociedade de que é necessário cortar gastos. Do outro, investimentos que poderiam aquecer a economia patinam naquele que deveria ser o principal programa do governo federal na área de infraestrutura – o PAC.  Esse cenário é comprovado por números levantados pelo Núcleo de Orçamento da Liderança do PSDB na Câmara no Siafi, o sistema de acompanhamento dos gastos do governo.

Os dados até 31/5 mostram que o Programa de Aceleração do Crescimento está à míngua: pífios 2,7% do orçamento autorizado para este ano (R$ 84,1 bilhões) foram executados.  Em algumas pastas, o percentual de execução é zero, como no Ministério do Desenvolvimento Agrário. No país da “Pátria Educadora”, a execução da unidade orçamentária “Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação” é quase inexistente: 0,06% dos R$ 9,4 bilhões foram pagos.

Na verdade, até agora o governo do PT não conseguiu executar na íntegra nem o orçamento do PAC de 2007. Dos R$ 16,5 bilhões autorizados, foram pagos R$ 12 bilhões, o equivalente a 72,8% do total. A estratégia dos petistas é “empurrar” os investimentos para frente: no orçamento de 2014, por exemplo, o volume de restos a pagar atinge R$ 61,5 bilhões, sendo que estão pendentes de quitação R$  47 bilhões, o equivalente a 76,4% do total.

Quando analisada a execução do Orçamento da União de 2015, até o mês de maio, percebe-se também a falta de prioridade para os investimentos, com apenas 0,10% dos recursos efetivamente pagos.  Por outro lado, as despesas correntes estão em alta e correspondem a 32,4% do custeio da máquina: o valor pago até maio (R$ 340,6 bilhões) é 9,4% maior que o montante executado no mesmo período de 2014 (R$ 311,3 bilhões).  O levantamento aponta ainda que no item “Pessoal e Encargos Sociais”, o valor pago até maio é 6,7% superior ao executado no mesmo período de 2014 (R$ 89,8 bilhões).

Lembrando que ao anunciar o corte de R$ 69,9 bilhões no Orçamento deste ano, o governo “passou a tesoura” em 39,1% das verbas previstas no orçamento para o PAC. Por outro lado, nada foi anunciado no último dia 22 no sentido de reduzir o tamanho da gigante máquina pública, com quase 40 ministérios e milhares de cargos comissionados.

(Reportagem: Marcos Côrtes/ Arte: Francisco Maia) 

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2 junho, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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