Mortes em obras
Luiz Fernando Machado condena descaso do governo com mortes de operários em construções do PAC
Integrante da Comissão de Trabalho na Câmara, o deputado Luiz Fernando Machado (SP) afirmou nesta segunda-feira (28) que não aceita a inércia do governo federal diante do elevado número de trabalhadores mortos em acidentes nos canteiros de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O jornal “O Globo” fez um levantamento em 21 empreendimentos, que somam R$ 105,6 bilhões em investimentos, e revelou a ocorrência de 40 mortes desde 2008. As causas dos acidentes são variadas: abrangem choques, soterramento e quedas.
Para Machado, o governo federal precisa fiscalizar e cobrar das empresas melhores condições de segurança para os operários. “É inadmissível que nós tenhamos trabalhadores em situação desumana, em situação de falta de condição para o trabalho nas obras relacionadas ao Programa de Aceleração do Crescimento. Queremos sim que as obras aconteçam. Mas temos uma preocupação muito maior com o ser humano, com o cidadão que trabalha nesses empreendimentos”, destacou.
Sobre a greve que mobilizou cerca de 80 mil trabalhadores em obras do PAC, o deputado ressalta que o Ministério do Trabalho não pode fechar os olhos, pois as empresas estão prestando serviços para o governo. “Não podemos tratar o trabalhador contratado via empreiteira com recurso do governo federal com desdém. E inadmissível deixá-los sem condição digna de vida”, ponderou.
Especialistas disseram ao jornal “O Globo” que os índices de acidentes fatais da construção civil brasileira estão muito altos. A taxa de mortalidade nesse setor está em 23,8 por 100 mil trabalhadores. Nos Estados Unidos, a mortalidade em obras é de 10 por 100 mil; na Espanha, de 10,6; no Canadá, de 8,7; em Portugal, de 18. Somente em 2010, a taxa de mortalidade nas obras do PAC analisadas foi de 19,79 por 100 mil empregados.
40
trabalhadores já morreram em obras do PAC desde 2008. Somente em 2010, a taxa de mortalidade foi de 19,79 para cada 100 mil empregados, índice considerado alto pela OIT. Na esfera trabalhista, não há nenhum monitoramento específico das obras do programa.
(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Beto Oliveira/Ag. Câmara)
Deixe uma resposta