Comissão de Cultura vai discutir rumo da indústria audiovisual brasileira

A Comissão de Cultura aprovou nesta quarta-feira (14) requerimento dos deputados Daniel Trzeciak (RS) e Tereza Nelma (AL) para a realização de audiência pública sobre a situação da Agência Nacional do Cinema (ANCINE) e os rumos da indústria audiovisual brasileira.

Hoje, o que fomenta majoritariamente o audiovisual brasileiro é a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine), contribuição criada com a lei da TV por assinatura. Empresas internacionais de grande força econômica como HBO, Amazon e Netflix acreditam na criatividade e no crescimento do mercado brasileiro, investindo milhões de reais anualmente em produções criadas e produzidas por brasileiros e empresas brasileiras.

A Netflix anunciou recentemente a produção de 30 obras brasileiras nos próximos dois anos, injetando mais de R$ 300 milhões na economia. Mas, de acordo com os deputados, essa construção pode ficar em risco por conta da extinção do Ministério da Cultura (transformado em secretaria) e o impasse entre o Tribunal de Contas da União (TCU) e ANCINE. “Estamos diante de um movimento alvissareiro na economia do audiovisual brasileiro. Trata-se de um conjunto de oportunidades históricas criadas pelo enlace entre o talento criativo brasileiro, as mudanças tecnológicas e os investimentos públicos estratégicos”, afirmam os tucanos.

No ano de 2018, a economia criativa mundial movimentou 2,5 bilhões de dólares, cerca de 3,2% de todo o Produto Interno Bruto Global (PIB), sendo responsável por 30 milhões de empregos. De acordo com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a economia criativa brasileira movimentou R$ 155 bilhões em 2015 e gerou 850 mil postos de trabalhos diretos.

Serão convidados para a audiência a atriz e cantora Zezé Mota, o presidente da Fundação Cinema do Rio Grande do Sul (FUNDACINE RS), Luís Alberto Guimarães; presidente do Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo (SIAESP), Simone Barrionuevo; presidente da Brasil Audiovisual Independente (BRAVI, Mauro Garcia; entre outros.

(Reportagem: Letícia Christie)