Raimundo Matos defende regulamentação para importação de coco e derivados


Audiência pública debateu, na Comissão de Agricultura, a importância da cultura do coco e os impactos da importação dos derivados desta fruta sobre o setor produtivo brasileiro.

Produtores de vários estados brasileiros reclamaram da falta de regulamentação para importação de coco e derivados. Durante audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, representantes do setor afirmaram que a importação do produto asiático prejudica uma atividade da agricultura nacional que envolve 1,5 milhão de pessoas.

O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE), único representante do Ceará na Comissão, afirmou que seus integrantes defendem uma pauta para o Nordeste com o intuito de fortalecer o potencial da região. Ao final, a intenção é garantir empregos por meio da agricultura, fortalecendo o agronegócio. “É preciso partir da agricultura familiar, enfatizando a formação e capacitação dos produtores”, ressaltou.

De acordo com os produtores, as indústrias deixam de comprar os produtos brasileiros e importam água de coco, coco ralado e óleo de coco.  Eles não acham justo que estas indústrias recebam subsídios dos governos estaduais. Segundo Gomes de Matos, este é o mesmo caso ocorrido com os carcinocultores (criadores de camarão) e cajucultores (produtores de caju) brasileiros.

“A Embrapa desenvolveu uma tecnologia que foi adotada pelos produtores asiáticos e o Brasil não normatizou a importação”, afirmou. De acordo com o deputado, entre 40% e 50% da água de coco consumida no país não é produção nacional. E, segundo ele, pela falta de normatização, ninguém sabe informar quantos dias dura o transporte, em quais condições o produto é trazido em navios, nem a forma como é diluído e, tampouco, a quantidade de conservantes.

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Para o tucano, o compromisso dos parlamentares é garantir a regulamentação. O início dos debates na comissão tem como objetivo fortalecer o produtor e dar a eles condições de trabalho para permanecer no campo. O Legislativo também pode colaborar para dar mais segurança ao cidadão que consome produtos industrializados com coco e que muitas vezes não sabe a origem da matéria-prima.

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de coco e ocupa a 27ª posição no ranking dos exportadores, considerando a quantidade exportada, e a 33ª posição, se o parâmetro for o valor das vendas para o exterior. Atualmente, é o sexto maior importador de coco do mundo.

Embora tenha alta produtividade, com 11 toneladas por hectare, a região Nordeste, em especial, enfrenta a falta de políticas governamentais para o setor. O uso de tecnologia ainda é baixo e a produtividade tem diminuído. Raimundo Gomes de Matos defende, ainda, uma repactuação entre os vários setores do governo envolvidos com a cadeia produtiva do coco.

(reportagem: Ana Maria Mejia, com informações da Agência Câmara Notícias/foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados/Áudio e vídeo: Hélio Ricardo)

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5 setembro, 2018 Últimas notícias Sem commentários »

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