Para deputados, país precisa voltar à normalidade após atendimento de reivindicações


Os deputados Rogério Marinho (RN) e Vanderlei Macris (SP) fizeram nesta terça-feira (29) um apelo pela volta ao trabalho por parte dos motoristas de caminhão com vistas a evitar o caos e prejuízos ainda maiores para a economia e para a população. Os tucanos  conversaram com a nossa reportagem após ouvir os relatos dramáticos feitos por representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e de vários segmentos do setor produtivo diante da manutenção da greve dos caminhoneiros, que chega hoje ao nono dia.

Líder espera volta dos caminhoneiros ao trabalho e retomada da economia

“O prejuízo que está sendo causado ao país vai bater na mesa de cada cidadão desta nação”, disse Rogério Marinho. O tucano alerta para o desperdício de alimentos como leite e para os milhões de reais perdidos e toda a cadeia produtiva afetada por uma greve que iniciou por motivos respeitáveis e, agora depois de atendida a pauta de reivindicações, perdeu o sentido. “Não podemos deixar o país de joelhos”, reiterou Rogério Marinho. Ele avisou que o preço a ser pago será muito alto e os principais prejudicados serão os que têm menor poder de compra.

Na avaliação do deputado Vanderlei Macris, a manifestação de representantes de setores do agronegócio mostra que o Brasil está num processo de caos e a sociedade brasileira já está pagando um preço muito alto.  “Precisamos reabastecer o país não só do ponto de vista de combustível, mas o setor de agricultura, de máquinas, entre outros”, disse.  Ele fez críticas à parcela dos caminhoneiros que insiste em manter a greve, mesmo depois de ter as reivindicações atendidas.

“Essa violência contra caminhoneiros que querem voltar ao trabalho vem de setores extremistas e não pode continuar”, disse ele, cobrando ações mais enérgicas do governo para evitar que esses extremistas mantenham essa situação de desabastecimento do país.

Após reunião com a bancada do PSDB na Câmara, o presidente do partido, Geraldo Alckmin, manifestou expectativa positiva para a volta da normalidade após o atendimento das reivindicações (confira vídeo abaixo)

NÚMEROS ASSUSTADORES

De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o volume de prejuízo alcança R$ 10 bilhões. Deste total, mais de R$ 1,8 bilhão somente aos produtores nacionais, mais R$ 1,8 bilhão para a indústria de frango e suínos e R$ 620 milhões à produção de carne bovina.

A Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) diz que 51 milhões de litros de leite já foram descartados, num prejuízo de R$ 180 milhões.

Segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), 47 usinas estão sendo afetadas, mais de 30 unidades em Minas Gerais e 10 em São Paulo suspenderam as vendas de etanol. No Centro-Sul, a perda estimada é de R$ 300 milhões e 220 usinas paradas pela falta de combustível.

Na suinocultura, 4º maior produtor mundial da proteína, 20 milhões de suínos estão recebendo alimentação insuficiente. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), mais de 208 fábricas e 120 plantas frigoríficas já estão completamente paradas, com mais de 234 mil trabalhadores suspensos.

Segundo o Instituto Pensar Agro (IPA), que reúne 40 entidades do setor agropecuário, já foram perdidos mais de R$ 1 bilhão com descarte de leite e morreram mais de 64 milhões de aves e pintos.

(Reportagem: Ana Maria Mejia/fotos: Alexssandro Loyola)

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29 maio, 2018 Destaque3, Últimas notícias Sem commentários »

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