Deputados voltam a defender redução das taxas de juros cobradas pelos bancos


Parlamentares e técnicos do PSDB na Câmara se reuniram com o presidente da Febraban nesta terça-feira.

As altas taxas de juros cobradas pelos bancos, especialmente no cheque especial e no cartão de crédito, preocupam deputados do PSDB. Em busca de explicações e soluções para essa questão, um grupo de parlamentares se reuniu, nesta terça-feira (8), com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal.

Entre os principais pontos debatidos no encontro, os elevados “spreads” bancários, que é a diferença entre o custo do dinheiro para o banco e o que ele cobra dos clientes. Os deputados buscam saídas para que, na prática, a redução da taxa básica de juros chegue efetivamente para o consumidor, contribuindo para impulsionar a economia brasileira. Em 17 de abril, por iniciativa do PSDB, a Câmara promoveu debateu sobre essa questão.

Para se ter uma ideia, em dezembro de 2016, segundo o Banco Central, os juros do cartão chegaram a 484,6% ao ano – o equivalente a 15,85% ao mês. “Estamos entre os países com os juros mais elevados do mundo. No cartão de crédito, por exemplo, é cobrado aqui mais de 400%. É algo absurdo, pois nos outros países a média é de 20% a 40%”, apontou o deputado Vitor Lippi (SP).

Para ele, os bancos deveriam ser propulsores da economia, mas com as taxas praticadas acabam impedindo o país de crescer. Milhares de pessoas e empresas gostariam de recorrer ao crédito, mas acabam não tendo acesso devido aos juros altíssimos.

Como ressaltou Lippi, o PSDB está preocupado com os temas mais importantes do país. Segundo ele, para sair da crise e voltar a gerar emprego e renda é preciso melhorar a economia. “Há uma série de fatores, como a questão tributária, que precisa ser revista, mas há ainda a questão dos juros altos que nos preocupa muito”, reforçou.

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Para a deputada Yeda Crusius (RS), esse é um tema que precisa ser discutido profundamente. Com o cenário apresentado pelo representante dos bancos, ela defende que outras reuniões sejam feitas para se buscar soluções no sentido de reduzir as altas taxas praticadas aos clientes.

Na avaliação do deputado Izalci (DF), a inadimplência bancária não pode ser considerada a maior culpada pelos altos custos que os bancos alegam ter e que são repassados aos clientes. Por volta de 5%, o indicador está na média da maioria das nações. Segundo o presidente da Febraban, seriam os custos dessa inadimplência que são muito altos.

De acordo com Murilo Portugal, para reduzir o spread bancário é necessário reduzir o custo dessa inadimplência, diminuindo o nível de perda de crédito e os custos de recuperação de garantias; modernizar o ambiente regulatório, reduzindo o custo financeiro, tributário e de capital, garantindo eficiência da regulação para fomento da economia; além de ampliar a eficiência operacional, reduzindo custos trabalhistas, incrementando a eficiência digital e a desburocratização.

Portugal explicou que os ganhos dos bancos não são abusivos, já que vários outros setores da economia têm lucrado mais que o setor financeiro. Mas para o deputado Miguel Haddad (SP), o lucro dos bancos é alto e os clientes pagam caro por isso.

O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) afirma que o PSDB vai trabalhar, como sempre fez, para que o Brasil tenha uma economia sólida e que os cidadãos possam sentir a diferença quando necessitarem recorrer ao cheque especial ou pagamento rotativo do cartão de crédito. “Queremos a solução: derrubar a taxa de juros, pois é uma vergonha o Brasil ter uma das maiores do mundo”, reiterou.

O deputado Bruno Araújo (PE) destacou que as instituições bancárias precisam apresentar saídas, pois a sociedade não tolera mais os juros tão altos. 

Nas próximas reuniões sobre o tema, os deputados pretendem abordar sugestões para que o spread bancário caia e, consequentemente, as taxas para os clientes. 

(Reportagem: Djan Moreno/foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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