Para deputados, tragédia em São Paulo revela esquema de exploração da miséria


Floriano e Fábio Sousa criticaram duramente a exploração dos mais pobres por movimentos ligados à esquerda.

Parlamentares do PSDB lamentaram nesta terça-feira (2) a tragédia envolvendo o incêndio e desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no centro de São Paulo, ocorrido na madrugada de 1º maio. Na avaliação de tucanos, o fato também deixou exposto o esquema de movimentos sintonizados com partidos de esquerda especializados em invadir locais abandonados, dividir em lotes e alugar, ou até mesmo vender, para pessoas pobres.

No edifício de 24 andares, construído em 1961, cerca de 400 pessoas se acomodavam em “barracos” montados dentro do próprio prédio e pagavam aluguel para coordenadores do movimento social Luta por Moradia Digna (LMD), segundo informações reveladas pela imprensa.

O prédio era administrado pelo LMD, segundo depoimento de moradores. Em entrevistas, um grupo de desabrigados do edifício revelou o pagamento de aluguel de até R$ 500,00 aos coordenadores. Em caso de atraso, havia cobrança de juros e ameaça de expulsão.

“Essa grande tragédia está revelando um submundo em que movimentos esquerdistas exploram a miséria das pessoas”, disse o deputado Fábio Sousa (GO). Para ele, são pessoas que, sem ter onde morar, caem nas mãos de pessoas inescrupulosas.  “Invade um prédio público para dar lugar a essas pessoas morarem e cobra aluguel de R$ 300 a R$ 500? Aluguel mensal de gente pobre, miserável é exploração ao quadrado, gente inescrupulosa de tudo”, se indigna o deputado goiano. Para ele, é preciso adotar uma política habitacional que foque na resolução deste problema social.

INVASÕES INCENTIVADAS

Em discurso no plenário da Câmara, o deputado Floriano Pesaro (SP) denunciou o habitual incentivo de governos do PT à prática de invasão de imóveis desocupados nas grandes cidades. “No caso dessa ocupação em São Paulo, o ex-prefeito Fernando Haddad promoveu e incentivou ocupações de forma totalmente irresponsável”, reiterou. Ele criticou ainda o fato de que, mesmo depois da tragédia e do fato de muitos saberem do risco de permanecer ali, nas condições que viviam, houve um incentivo por parte de petistas e representantes de partidos satélites do PT, como vereadores e deputados estaduais, para que aquelas pessoas continuassem ali como uma forma de resistência.

O coordenador do LMD, Ricardo Luciano, admitiu cobrar uma taxa de R$ 80,00 para pagar a “manutenção” do local. Não se sabe ao certo que tipo de manutenção, pois relatos deram conta que havia muita sujeira, ratos pelos corredores, instalação elétricas precárias e cortes frequentes de energia.

“Lula e PT ficaram no poder 14 anos. É óbvio que movimentos sociais ligados ao PT não quiseram resolver as questões de moradia e terra e estavam a serviço da desordem, caos e benefícios políticos ideológicos e financeiros”, criticou o líder do PSDB na Câmara, deputado Nilson Leitão (MT), por meio do seu perfil no Twitter. “Quem incita ou protege a ilegalidade como invasões tem que ser responsabilizado criminalmente. Enganam pessoas de bem e ainda cobram”, completou. Para desestimular invasão e proteger propriedades urbana e rural, Nilson Leitão apresentou na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 10010/2018. O PL define, por exemplo, prazo para o cumprimento de decisão judicial de manutenção ou reintegração de posse e permite que o dono de propriedade invadida acione as autoridades policiais para ajudá-lo a defender a sua posse.

PREFEITURA AGE RAPIDAMENTE

Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, cerca de 70 prédios, a maioria áreas particulares, estão invadidos na região central, com aproximadamente 4 mil famílias residentes. O valor do aluguel cobrado só no prédio que desabou pode alcançar R$ 60 mil por mês.

Ao visitar o local da tragédia, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), determinou a imediata criação de uma força-tarefa de engenheiros e técnicos da Defesa Civil, segundo informou a assessoria de imprensa da Prefeitura. Assistentes sociais cadastraram as famílias que receberam alimentação,  mas a maioria não aceitou acolhimento em abrigos. Ele tem reiterado que a Prefeitura está pronta para atender a todas as famílias.  A assessoria informa ainda que a Cruz Vermelha Brasileira de São Paulo centraliza o recebimento das doações para as famílias, em especial água, alimentos não perecíveis, roupas, sapatos e itens de higiene pessoal.

Em Plenário, o deputado Ricardo Tripoli (SP) elogiou a postura do prefeito diante da tragédia. Para o tucano, Covas agiu com empenho, dedicação e solidariedade, mostrando que tem total capacidade para ser o prefeito da maior cidade da América Latina.

CONFIRA ABAIXO TRECHOS DE DISCURSOS DE PARLAMENTARES DO PSDB SOBRE O TEMA:

(Reportagem: Ana Maria Mejia/fotos: Alexssandro Loyola)

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2 maio, 2018 Últimas notícias Sem commentários »

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