Tucanos repudiam invasão ao tríplex de Lula e criticam truculência do MTST


Deputados do PSDB rechaçaram a invasão comandada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Frente Povo sem Medo, nesta segunda-feira (16), ao tríplex atribuído ao ex-presidente Lula, em Guarujá (SP). A invasão durou cerca de quatro horas, causando transtornos e medo aos moradores, além de prejuízos ao condomínio, como um portão quebrado, e danos no próprio imóvel.

“Se é do Lula, é nosso”, dizia uma das faixas estendidas na varada do apartamento. Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, o petista foi condenado a 12 anos de prisão por ter recebido ilegalmente o imóvel da construtora OAS como contrapartida por contratos com a Petrobras. Lula segue preso em Curitiba.

A invasão ocorreu no início da manhã. Moradores relataram que os manifestantes forçaram a entrada pela garagem. No início da tarde, a Polícia Militar informou aos sem-teto que poderia ser obrigada pela Justiça a cumprir a reintegração de posse e pediu que eles se retirassem voluntariamente. Só então, os cerca de 50 invasores deixaram a propriedade.

Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Nilson Leitão (MT), o MTST seguiu à risca as ordens para acelerar a desordem que sempre praticou. Para o tucano, movimentos como esse não representam segmentos da sociedade. Trata-se, segundo ele, de grupos que agem à margem da lei e querem apenas barbarizar o país. “Sugiro ao MTST pedir oficialmente a desapropriação do Sítio de Atibaia, construir um condomínio para sem-tetos. Mas façam de forma legal, sem invasão”, disse.

Para inibir invasões e garantir que a lei seja cumprida, inclusive acelerando as reintegrações de posse, o líder tucano protocolou na semana passada o Projeto de Lei 10010/2018, que trata como crime específico a invasão de imóvel urbano ou rural, público ou privado. Além disso, define prazo para o cumprimento de decisão judicial de manutenção ou reintegração de posse e permite que o dono de propriedade invadida acione as autoridades policiais para ajudá-lo a defender a sua posse. Segundo Leitão, o objetivo do projeto é inibir invasões e proteger o direito à propriedade.

AÇÃO CRIMINOSA
O deputado Carlos Sampaio (SP) disse considerar gravíssima a ação do MTST, que classificou de criminosa. Ele lembrou que os manifestantes estavam causando transtornos aos moradores do prédio.

“Esses vândalos quebraram portões, grades e arrombaram portas. Além de atrapalhar e constranger a vida dos moradores, que não têm absolutamente nada a ver com os crimes do Lula, o PT deixa claro que vai continuar usando os movimentos sociais para infringir a lei e tentar amedrontar o poder Judiciário”, criticou. 

De acordo com o deputado Luiz Carlos Hauly (PR), está evidente que a desobediência civil por parte desses movimentos que apoiam o ex-presidente é total. “É um mau exemplo. Se acham no direito de invadir um apartamento em um prédio particular. Só tenho que lamentar. Esses movimentos não atuam com interesse na habitação, mas no sentido de provocar, de afrontar a Justiça e perturbar a ordem democrática”, lamentou.

Para o deputado Rogério Marinho (RN), a ocupação é uma verdadeira piada pronta. Neste episódio da estultice midiática de ocupação do tríplex, que pretensamente foi presenteado a Lula pela OAS, o Psol, formado por elementos expulsos do PT por ocasião do mensalão, se consolida como o puxadinho mais atuante do PT. Patético”, lamentou.

O líder do MTST é Guilherme Boulos, pré-candidato do Psol à Presidência da República. Foi ele quem comunicou, pelo Twitter, a invasão ao prédio do Condomínio Solares para ocupação do tríplex.

O caso será analisado pela PF porque o imóvel está sob custódia da Justiça Federal após a sentença que condenou o ex-presidente Lula. Em janeiro, o juiz Sérgio Moro determinou que o apartamento fosse a leilão e que o dinheiro arrecadado fosse destinado para a Petrobras, principal prejudicada no escândalo do petrolão.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola)

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