Parlamentares lamentam assassinato de vereadora e cobram investigação rigorosa
O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), ocorrido na noite de quarta-feira (14), foi recebido com tristeza e indignação na bancada do PSDB na Câmara. Os parlamentares lamentaram a morte dela e do motorista Anderson Pedro Gomes e cobraram investigação rigorosa e punição dos culpados.
“Nada justifica a violência e a intolerância. Nossos sentimentos aos familiares e amigos da vereadora Marielle Franco e do seu assessor Anderson Pedro Gomes, covardemente assassinados ontem no Rio. Que os responsáveis sejam identificados e punidos”, cobrou, em nota, o líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT).
O 1º vice-líder, Betinho Gomes (PE), manifestou nas redes sociais seu profundo lamento pelo o que classificou de “brutal assassinato” da vereadora do Psol e do seu motorista. Para o deputado, parte da classe política brasileira precisa fazer uma autocrítica. “Muitos que hoje lamentam a morte da parlamentar carioca e manifestam a sua solidariedade à família, ontem trabalharam para trancar a pauta de votação no Congresso de um importante projeto de segurança pública nacional apenas para fazer politicagem”, reprovou. Ele lembrou que o Brasil ocupa a 7ª posição entre as nações mais violentas para as mulheres de um total de 83 países segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Marielle tinha 38 anos foi morta com quatro tiros na cabeça na esquina da Rua Joaquim Palhares com João Paulo I, no Estácio, região central do Rio. Anderson dirigia o carro da vereadora e também morreu na hora. Nesta manhã a Câmara dos Deputados realizou uma sessão solene em homenagem às duas vítimas.
Emocionada, a presidente do PSDB Mulher, deputada Yeda Crusius (RS), prestou solidariedade à família e amigos da vereadora e de Anderson durante o seminário de capacitação de mulheres na política. O evento ocorre em Porto Alegre (RS), com apoio da Fundação Konrad Adenauer (KAS Brasil) e do Instituto Teotonio Vilela (ITV). A tucana ressaltou a importância da atuação política da vereadora morta no Rio. “Marielle é parte das minorias que as mulheres representam”, disse Yeda, que assina uma nota de solidariedade.
“A que ponto chegamos? Mais vítimas da impiedosa violência e da intolerância: Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes”, lamentou a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, deputada Shéridan (RR). “Seu exemplo e sua honrada trajetória nos darão cada vez mais força e motivação na luta pela igualdade e defesa dos nossos direitos. Que o Senhor console os corações dos amigos e familiares e que sejam urgentemente apurados os fatos e punidos os autores deste crime hediondo”, desejou a parlamentar.
Para Mariana Carvalho (RO), o país amanheceu em choque e de luto pela morte. “Me solidarizo com a família, amigos e companheiros de lutas. Diante de tamanha violência, precisamos estar unidos, sem divisões partidárias, para combater as barbáries que afligem a população brasileira”, ressaltou o jovem parlamentar, que cobrou: basta de violência!
Fábio Sousa (GO), por sua vez, disse que pouco importa se ela era de esquerda ou pensava diferente dele, mas sim que a vereadora perdeu a vida de forma covarde e violenta. “Importa saber quem fez, por que fez e quem mandou fazer. Importa que tais pessoas paguem pelo que fizeram com rigor”, cobrou o tucano.
“Hoje foi uma vereadora, mas, diariamente quantas outras mulheres morrem e por serem anonimas passam despercebidas. A sociedade não pode continuar refém do crime”, defendeu a deputada Geovania de Sá (SC).
“Assistimos hoje a mais um triste capítulo da violência que toma conta não só do Rio de Janeiro, como do país. A morte dessa jovem vereadora não ficará impune e sua causa não deverá cessar ou ser esquecida”, apontou Lobbe Neto (SP).
O corpo de Marielle é velado na Câmara de Vereadores do Rio. Nascida no Complexo da Maré, era socióloga, com mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo feito dissertação sobre o funcionamento das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) nas favelas. O governo federal acompanhará toda a apuração do assassinato, que foi recebido com indignação por várias entidades e movimentos sociais.
(Da redação/foto: Arquivo/Ascom/Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro)
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