Fórum colocará questão da água em destaque na agenda nacional, diz Papa

A realização do 8º Fórum Mundial da Água, entre os dias 18 e 23 de março em Brasília, colocará o tema em destaque na agenda nacional e contribuirá para a conscientização da sociedade. Esta é a expectativa do deputado João Paulo Papa (SP), que nos últimos três anos presidiu a Subcomissão de Saneamento Ambientel, na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara.

“O tema água – desde escassez, crise hídrica e soluções – sempre foi prioritário. Estamos prontos para uma participação ativa no Fórum”, disse o parlamentar tucano.

A participação no Fórum é uma das metas aprovadas pela subcomissão. Propostas coletadas durante reuniões de audiência pública foram reunidas num documento que será apresentado no evento. Segundo o deputado, parte dessas sugestões foi encaminhada ao governo federal para que o saneamento básico possa avançar no Brasil.

O Fórum é organizado a cada três anos pelo Conselho Mundial da Água, juntamente com o país e a cidade anfitriã. Ao todo, já ocorreram sete edições do evento em sete países de quatro continentes: África, América, Ásia e Europa. Ao se tornar sede da 8ª edição do Fórum, o Brasil já faz história, pois será a primeira vez que o evento ocorre no Hemisfério Sul.

Criado em 1996, com sede permanente na cidade de Marselha, na França, o Conselho Mundial da Água é uma organização internacional que reúne cerca de 400 instituições relacionadas à temática de recursos hídricos em aproximadamente 70 países.
O Conselho é composto de representantes de governos, da academia, sociedade civil, de empresas e organizações não governamentais, formando um importante quadro de instituições relacionadas com o tema água.

“Por se tratar de um evento internacional, será uma excelente oportunidade de dar visibilidade ao tema, incluindo aqueles que ainda são tabus no Brasil, a exemplo da transposição de bacias e reuso da água”, disse Papa. Em alguns casos, a transposição de bacias é a única forma de garantir estabilidade no abastecimento.

Na questão de reuso, uma das técnicas que o mundo inteiro está desenvolvendo é o reaproveitamento da água na indústria e na agricultura. O deputado destaca que as crises recentes de abastecimento na grande São Paulo, em áreas do Nordeste e no Distrito Federal acenderam um alerta e despertaram a atenção da imprensa e da própria sociedade.

No entanto, o problema volta a ser esquecido passada a crise. “Vamos debater formas de conscientização de que água é um recurso finito, há uma demanda crescente e as formas desse manuseio continuam muito atrasados”. Para ele, nesse ritmo, é preciso repensar o manejo da água disponível e assumir compromissos na área de financiamento e aperfeiçoamento da legislação.

(Ana Maria Mejia/ Foto: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)