Izalci questiona depoentes sobre interferência em bancos para beneficiar JBS


A CPI Mista da JBS realizou audiência pública nesta terça-feira (10). Foram ouvidos o ex-chefe de departamento do BNDES José Cláudio Rego Aranha e a ex-presidente da Caixa Maria Fernanda Ramos Coelho. Integrante do colegiado, o deputado Izalci Lucas (DF) fez questionamentos aos depoentes, que negaram interferência em relação a contratos com a J&F, controladora da JBS.

Izalci questionou Maria Fernanda sobre possíveis pressões externas no intuito de conceder empréstimo ao grupo J&F ou às empresas do grupo. A ex-presidente negou que tenha ocorrido algum tipo de lobby pela empresa ou mesmo interferência de outros gestores. Segundo ela, nunca houve pressão de nenhum grupo.

Já o ex-diretor da BNDES-Par disse nunca ter mantido contato pessoal com o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho, já que, por ser da área técnica, seguia uma “regra não escrita” de não manter relação com chefia do banco. Como técnico, participava, segundo ele, de reuniões quando eventualmente chamado, mas negou que tenha mantido conversas, em especial sobre os contratos do grupo J&F.

Izalci questionou se houve alguma vantagem indevida oferecida a ele por alguém do BNDES. Mas José Claudio negou que tenha ocorrido algo nesse sentido. Izalci apontou, porém, que relatórios do Tribunal de Contas da União mostram irregularidade em operação de capitalização envolvendo o grupo e que teria tido o aval do ex-diretor, que, após deixar a carreira no banco, prestou consultoria para a JBS.

Para Izalci, está claro que a área técnica do banco muitas vezes agia de acordo com ordens já determinadas pelo governo. “O BNDES já recebia as ordens prontas. A questão técnica era importante, mas nem tanto”, destacou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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10 outubro, 2017 Últimas notícias Sem commentários »

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