Auxílio personal trainer

Pedro Cunha Lima cobra reforma do custo da máquina pública e fim de privilégios

O 1º vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Pedro Cunha Lima (PB), afirmou que o brasileiro não aguenta mais pagar a conta dos excessos da máquina pública. O tucano chamou atenção para um pregão aberto pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região para a contratação de

Cunha Lima explica que reformas significativas são necessárias, mas é preciso rever gastos do próprio Estado.

assessoria esportiva destinada a magistrados e servidores.

O objetivo do “auxílio-personal trainer” é acompanhar um clube de corrida e caminhada do órgão. De acordo com o pregão, a empresa contratada vai oferecer estrutura com colchonetes e acessórios para atividade física. Com dinheiro público, serão compradas 40 medalhas, 15 camisas, e toda a estrutura para a realização da corrida.

Segundo o tucano, não é possível discutir a reforma da previdência sem mudanças na elite do funcionalismo público. “Enquanto tolerarmos ‘auxílio-personal trainer’, não se pode admitir mexermos no trabalhador do campo, no trabalhador rural. Portanto, a reforma do custo da máquina pública é algo que não pode ficar só em discurso de tribuna”, defendeu.

Cunha Lima explica que reformas significativas são necessárias, mas é preciso rever gastos do próprio Estado, inclusive do Congresso Nacional. O tucano ressalta que o Parlamento da Espanha custa 10 vezes menos que o brasileiro. O corte de gastos, na opinião do parlamentar, deve alcançar Executivo, Legislativo e Judiciário. “Estamos tentando pilotar um barco dizendo que precisamos levar o Brasil para tal rumo, só que nós não estamos dentro desse barco”, comparou.

CORRIDA E CAMINHADA
O edital fala em cuidar da saúde física e mental dos magistrados com aulas de 2 horas de duração. Enquanto isso, um paciente chega ao Hospital Laureano, em João Pessoa (PB), para tratar de câncer e descobre que precisará esperar 15 dias para ser atendido porque o limite do SUS chegou ao teto e não há dinheiro.

O tucano rebateu o argumento de que o valor destinado à corrida do tribunal é pequeno, em relação ao orçamento. Ele ressalta que o montante pode ser irrisório para quem recebe, mas não para quem paga: o trabalhador. “Antes de uma reforma da Previdência, precisamos, por uma questão moral, fazer uma reforma dos privilégios”, finalizou.

(Da redação/ Foto: Alexssandro Loyola)