Crise humanitária


Crise política na Venezuela requer reação da comunidade internacional, afirma Fábio Sousa

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“A Venezuela vive uma ditadura totalitária que leva o povo à miséria, com um presidente que não aceita pensamentos contrários e prende quem pensa diferente”, disse o tucano nesta sexta-feira.

A instalação da Assembleia Constituinte na Venezuela nesta sexta-feira (4) agrava ainda mais a tensão e a crise política no país. Os parlamentares que vão redigir a nova constituição nacional foram eleitos no final de semana passado em uma votação convocada pelo presidente Nicolás Maduro e que está sob suspeita de fraude. Opositores consideram que essa foi uma manobra do mandatário para se perpetuar no poder. Até o Vaticano pediu a suspensão da controversa Assembleia Constituinte, já rejeitada pela União Europeia e países como Brasil, Estados Unidos, México, Espanha e Colômbia.

O deputado Fábio Sousa (GO) defende que o Brasil assuma um papel de protagonismo e conclame a comunidade internacional a reagir à crise na Venezuela. Ele ressalta que o Brasil é a maior liderança da região e o destino natural dos refugiados que fogem da perseguição política e até do desabastecimento de alimentos no país vizinho.

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“Não é uma crise política apenas, mas também humanitária. A Venezuela vive uma ditadura totalitária que leva o povo à miséria, com um presidente que não aceita pensamentos contrários e prende quem pensa diferente”, apontou nesta sexta-feira (4).

O tucano reforça que as lideranças brasileiras precisam entender que os refugiados venezuelanos não vão fugir para os EUA, mas para o Brasil. “Por isso é o nosso governo que precisa clamar à comunidade internacional para agir”.

REUNIÃO DO MERCOSUL

Neste sábado, os chanceleres dos países que compõem o Mercosul vão se reunir em São Paulo para discutir a situação. A Venezuela já está suspensa do bloco. A cúpula do Mercosul constatou a ruptura da ordem democrática naquele país.

Para Fábio Sousa, a comunidade internacional tem que agir rápido, inclusive ajudando os que fazem oposição ao regime chavista de Maduro. Ele acredita que a nação vizinha beira uma guerra civil. O deputado ressalta que a Constituinte promovida pelo presidente só elegeu pessoas ligadas a ele, inclusive o filho e a esposa, destituindo os poderes do Congresso Nacional, em sua maioria de oposição. O tucano afirma que o socialista terá que responder por crimes contra a humanidade quando deixar o governo.

O deputado destaca que a quantidade de venezuelanos no Brasil cresce a cada dia e refugiados têm buscado abrigo em regiões fronteiriças, como o estado de Roraima, onde a maioria enfrenta dificuldades para sobreviver por falta de emprego e condições.

CONFLITOS NAS RUAS

Somente durante a eleição da Assembleia Constituinte, ao menos dez pessoas morreram durante os confrontos nas ruas. Membros da oposição estão presos e a repressão a manifestantes nas ruas continua.

Nesta semana importantes líderes oposicionistas foram detidos. O ex-prefeito de Caracas, que já cumpria prisão domiciliar por liderar manifestações contra o governo, foi um desses. Ele voltou para prisão domiciliar na madrugada desta sexta-feira. Segundo relato de sua esposa, ele disse estar angustiado por saber que Leopoldo López e outros 600 presos políticos seguem atrás das grades.

A Smartmatic, empresa responsável pelo sistema eleitoral na Venezuela, afirmou na quarta-feira (2) que o número de eleitores que participaram da votação que elegeu a Assembleia Constituinte foi manipulado. “A diferença entre a participação real e a anunciada pelas autoridades é de pelo menos um milhão de votos”, afirma a empresa. Até agora não se sabe quanto tempo vai durar o mandato dos constituintes, se o Parlamento ou o Ministério Público serão dissolvidos, como ameaçaram dirigentes do governo, se a procuradora-geral, Luisa Ortega, oposicionista, será retirada do cargo, ou sequer se haverá as eleições de governadores, em dezembro, e presidencial, no ano que vem”.

(Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)

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4 agosto, 2017 Últimas notícias Sem commentários »

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