Contra a hipocrisia da esquerda


Tucano critica líder do PSol e cobra mais responsabilidade no debate das pautas da Educação

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Na última quarta, o líder do Psol pediu vistas de projetos relatados pelo tucano.

Em reunião da Comissão de Educação nesta semana, o 1º vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Pedro Cunha Lima (PB), defendeu um debate qualificado sobre as pautas de interesse do país e rebateu a postura do líder do PSol, Glauber Braga (RJ) que, além de transformar o colegiado em palco de discussão meramente política, pediu vista a importantes projetos da área educacional, adiando a votação das propostas. Essa reiterada postura tem prejudicado o andamento das pautas do setor no colegiado presidido pelo deputado Caio Narcio (MG).

Durante a última reunião, Glauber acusou o PSDB de apoiar um governo que, segundo ele, estaria quebrando o país. E impediu que matérias de interesse de milhões de estudantes brasileiros fossem deliberadas. Pedro Cunha Lima lamentou a atitude. Para ele, a discussão dos projetos a favor da educação não pode ser desprezada para dar lugar a um discurso enganoso e populista.

“Me gera angústia usar o tempo da comissão para falar dessa política que só interessa a nós. Ninguém quer saber se o presidente é João, Maria ou José. O povo quer saber é da educação do nosso país, quer saber se o filho está sendo levado à creche e tem vaga para ele. É isso que interessa”, disse. (assista o pronunciamento abaixo)

O deputado pela Paraíba ainda rechaçou a insistência do líder esquerdista de protelar a discussão das pautas da educação para ficar questionando o posicionamento do PSDB em relação ao governo de Michel Temer. “As pessoas não aguentam mais isso. Enquanto estamos aqui tomando cafezinho, no ar condicionado, tem gente em hospital sem atendimento. E a gente vai ficar falando se o ministro é do PSDB, se não é, se o ‘cabeça preta’ vai sair ou não do governo. Que coisa mais tola diante do momento que o Brasil vive”, criticou.

Cunha Lima foi além e lembrou o deputado carioca de que a situação crítica que o país enfrenta foi causada exatamente pelo governo que ele apoiou. Glauber foi filiado ao PSB até 2015, partido que participou dos governos Lula e Dilma. Já o PSol foi formado por ex-petistas. Seus deputados inclusive apoiaram a reeleição de Dilma.

“É preciso restabelecer algumas verdades. O PT passou 13 anos no comando do país e quebrou economicamente a nação. Não queira responsabilizar quem estava do outro lado com uma argumentação fácil. É preciso ter pelo menos um pouco de bom senso e honestidade”, rebateu, ao destacar que nunca no Brasil houve um nível tão grande de corrupção como no governo petista.  

Fazendo um apelo para que os integrantes da Comissão de Educação se debrucem sobre o debate dos projetos da área, Cunha Lima lembrou que o colegiado trata de temas fundamentais como transporte escolar, educação básica e cursinhos.

“Como fica a educação do país se ficarmos usando esse sagrado tempo para ficar falando “fora, Temer?”. Vamos debater a educação do país pelo menos nesse espaço. Precisamos é de uma solução de país, uma agenda para a nação. Façamos política em outro lugar, no plenário. Mas tenhamos disciplina aqui”.

BENEFÍCIOS ADIADOS

Entre as propostas que foram adiadas por causa dos pedidos de vista do deputado do Psol estava o Projeto de Lei 4559/16, que concede um reajuste anual às bolsas concedidas pelos órgãos federais de apoio à pós-graduação e pesquisa. Segundo o projeto, de autoria do deputado Lobbe Neto (SP), a correção dos valores deverá ser feita no dia 1º de janeiro de cada ano. O deputado afirma que desde abril de 2014, o valor das bolsas de pós-gradução não é reajustado. O texto foi relatado por Pedro Cunha Lima e recebeu parecer favorável. Com o adiamento da votação, continua comprometida a capacidade dos bolsistas arcarem com suas despesas e concluírem seus programas de formação.

A outra proposta, do deputado Fábio Mitidier (PSD-SE), também relatada pelo vice-líder tucano, era o PL 7054/17, que estende o benefício de isenção de taxa em processos seletivos de instituições federais de ensino superior às instituições de ensino profissional e de educação básica. A postura do líder do Psol adiou a apreciação da matéria. Como destaca o relator, a matéria amplia as oportunidades aos egressos do ensino médio com baixa renda de concorrerem aos processos seletivos de ingresso em cursos de excelência de grandes instituições de ensino.

 (Reportagem: Djan Moreno/foto: Alexssandro Loyola)

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7 julho, 2017 Últimas notícias Sem commentários »

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