Perigo no céu


Oposição quer saber por que radares foram desligados pelo Ministério da Aeronáutica

Haddad - LeitãoO líder da Oposição na Câmara, deputado Miguel Haddad (SP), e seu colega Nilson Leitão (MT), ambos do PSDB, apresentaram, nessa terça-feira (3), pedido de criação de Comissão Externa para apurar junto ao Cindacta (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo) os motivos que levaram ao desligamento de cinco radares meteorológicos pelo Ministério da Aeronáutica. No requerimento, os parlamentares destacam que, segundo a pasta, a medida foi tomada devido a restrições no repasse de verbas federais. Para a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), os radares são essenciais para aeronaves de pequeno porte, que não dispõem de avançados recursos tecnológicos.

“A existência de radares meteorológicos facilita a identificação e o desvio de nuvens que podem colocar em risco a segurança das aeronaves”, explicam os deputados. Como exemplo de risco que a falta dessa informação pode acarretar, eles lembram o caso do voo JJ3307 da TAM que, em 2015, seguiria do Rio de Janeiro a Natal e foi obrigado a fazer um pouso forçado devido a forte turbulência por ter entrado em nuvens escuras de tempestades, conhecidas tecnicamente como Cumulus nimbus. Na ocasião, felizmente, ninguém se feriu, porém a aeronave sofreu danos estruturais severos.

Segundo o pedido, foram desligados os radares meteorológicos no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal. “No país, outros 23 radares meteorológicos continuam em pleno funcionamento, o que nos leva a acreditar na necessidade de o equipamento estar funcionando para a segurança da aviação brasileira”, alertam os tucanos.

O requerimento destaca ainda que segundo a Federação Internacional das Associações de Pilotos (IFALPA), o espaço aéreo brasileiro foi rebaixado para a categoria “Critically Deficient” (Criticamente deficiente), após decisão tomada na conferência realizada pela entidade entre os dias 14 e 18 de abril deste ano, em New Orleans (EUA).

“Diante deste cenário é imprescindível um olhar mais atento das autoridades para a aviação civil brasileira a fim de desenvolvê-la e torná-la mais segura, pois não podemos admitir que novos acidentes ocorram em nosso país por descaso do poder público”, concluem Miguel Haddad e Nilson Leitão.

(Da assessoria da Liderança da Oposição/fotos: Alexssandro Loyola)

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4 maio, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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