E o golpe das eleições?


Dilma denigre imagem do Brasil ao tratar impeachment como golpe, alertam tucanos

A mais nova investida da presidente Dilma para tentar vender internacionalmente a ideia de que há um ‘golpe’ em curso no Brasil serve apenas para denegrir a imagem do país. Essa é a avaliação dos deputados Duarte Nogueira (SP) e Lobbe Neto (SP). Os tucanos afirmaram nesta sexta-PicMonkey Collagefeira (22) que a petista age equivocadamente, indo contra as instituições democráticas, omitindo que o impeachment é um instrumento constitucional e que obedece às leis brasileiras.

A presidente está nos Estados Unidos, onde participa da assinatura do acordo do clima de Paris. Segundo assessores do Palácio do Planalto, ela pretendia falar aos chefes de Estado presentes ao evento que está sendo vítima de um “golpe parlamentar” no Brasil. Em seu discurso, Dilma disse apenas que o Brasil vive um “grave momento”, e que o povo saberá “impedir quaisquer retrocessos”. Antes da viagem, porém, Dilma concedeu entrevistas à imprensa estrangeira no Brasil para reforçar a tese do golpe.

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Para Duarte Nogueira, mesmo com uma fala moderada na ONU, a presidente demonstrou entender o impeachment como um retrocesso para o país. Contudo, o tucano afirma que tal avaliação é uma crítica às instituições brasileiras. O deputado acredita que a insistência de propalar que um instrumento legal como o impeachment seja um golpe só demonstra que a presidente perdeu o senso de responsabilidade e não tem mais condições de governar.

“Precisamos esclarecer que o impeachment foi um marco em nossa democracia, pois pune o governante que atentar contra as nossas leis e cometer crimes de responsabilidade. O impeachment faz parte da democracia e é tão legítimo quanto as eleições. Dilma, como chefe de Estado, deveria dar o exemplo e respeitar a nossa Constituição e não afrontá-la de acordo com seus interesses e de seu partido”, apontou Duarte.

Diante da possibilidade de Dilma tratar, na ONU, do impeachment como um golpe, os ministros do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, Dias Toffoli e Gilmar Mendes refutaram a tese da presidente, atestando que há base legal para o processo de afastamento que tramita no Legislativo. “O processo observa os alinhamentos ditados pela Constituição da República”, afirmou Celso de Mello.

Na avaliação de Lobbe Neto, a presidente sabe que sofrerá o impeachment e, por não ter mais apoio algum no Brasil, tenta encontrá-lo lá fora. Mas, de acordo com ele, se existe algum golpe que precisa ser denunciado na ONU, é o golpe pregado por Dilma contra os brasileiros.

“Estão, de maneira equivocada e mentirosa, denegrindo a imagem do Brasil. O melhor que ela deveria fazer era a renúncia, se quisesse o bem do Brasil. O golpe quem fez foram eles [petistas] nas eleições. Enganaram os brasileiros com mentiras e mais mentiras, com falcatruas, com dinheiro do petrolão. Era isso que deviam ir à ONU denunciar”. 

O vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Daniel Coelho (PE), reagiu nas redes sociais à postura da presidente Dilma.

Escreveu o tucano: “Dilma tenta destruir de vez a imagem do Brasil. Ataca o parlamento, o Supremo Tribunal Federal (STF), a imprensa e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ela é a única democrata. O resto do país é golpista”, ironizou Daniel.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola)

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22 abril, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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