Quer enganar quem?


Mudanças na Esplanada são tentativa de Dilma de se manter no poder a qualquer custo, reiteram tucanos

Mosaico
Em meio às crises na política e na economia, mandato na mira do impeachment e base aliada em frangalhos no Congresso, a presidente Dilma Rousseff oficializou nesta sexta-feira (2) a reforma ministerial. A petista aproveitou a ocasião para anunciar também uma tímida reforma administrativa, que abrange, por exemplo, a redução de apenas oito ministérios e corte de somente 3 mil cargos comissionados. Conscientes das reais intenções da petista, os tucanos voltaram a afirmar que ações não passam de manobra política na tentativa dela de permanecer à frente do Palácio do Planalto a qualquer custo.

O deputado Caio Narcio (MG) lembrou que a promessa era cortar dez pastas, e não oito. Segundo o congressista, em momento algum Dilma fez mudanças em nome da competência, visando  melhorar o governo. “Eles demonstram claramente que o objetivo não é melhorar o Brasil”, resumiu o tucano. A reforma ministerial, apontou, é prova de que Dilma está fragilizada e virou refém de sua base. A petista ampliou o espaço do PMDB, enquanto o ex-presidente Lula colocou pessoas de confiança em postos-chave, isolando a presidente. 

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De acordo com o deputado Nelson Marchezan Junior (RS), o PT utilizou a estrutura pública da Petrobras para se viabilizar financeiramente. E, da mesma forma, Dilma entrega ministérios importantes como Saúde e Educação para se manter no poder. “É o poder pelo poder. É a privatização de estruturas públicas para as pessoas que estão os apoiando neste projeto que só beneficia o Partido dos Trabalhadores. Não há interesse público”, reprovou após o anúncio.

Em sua página do Facebook, Mara Gabrilli (SP) demonstrou sua surpresa com o “escambo de ministros”. Para a tucana, a Educação e a Saúde deixaram de ter valor para ter preço. “Ao negociar os ministérios com partidos e parlamentares em troca de apoio no Congresso, a presidente vende seus ministérios para alcançar aquilo que realmente importa a ela: se manter no poder”. Para ela, Dilma está brincando de gangorra no jogo do poder. E alertou que quem paga o preço pela bagunça é o povo.

Antonio Imbassahy (BA) também fez duras críticas às decisões da petista. “Tudo isso para atender o seu chefe Lula e lotear cargos para uma banda do PMDB ávida por boquinhas na tentativa de se ver livre do impeachment”, condenou o líder da bancada em 2014. O parlamentar destacou que, para Dilma, o Brasil “que se dane” e o que importa é se manter no poder custe o que custar. “O país tem uma presidente que não se dá ao respeito, moribunda e em fase terminal”, concluiu. 

Para o deputado Betinho Gomes (PE), Dilma tenta fugir do processo de impeachment. “A presidente Dilma Rousseff vendeu a alma para poder garantir a conclusão do seu governo. Alimentou, de maneira escancarada e despudorada, o balcão de negócios ministerial, oferecendo sete ministérios ao PMDB, os quais serão comandados por lideranças que não possuem o perfil técnico para assumir os postos para os quais foram indicados”, afirmou em nota.

Os fatos mostram como o governo do PT lida com pastas estratégicas para o país. No país da “Pátria Educadora”, Aloizio Mercadante será o quarto ministro da Educação em dez meses. Na Saúde, o ministro anterior foi demitido por  telefone, enquanto o novo titular da pasta assume com um discurso polêmico: a defesa da cobrança da CPMF não somente nas operações de débito, mas também nas de crédito. 

(Reportagem: Thábata Manhiça/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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2 outubro, 2015 Últimas notícias Sem commentários »

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