Fora da agenda
Deputados questionam moralidade de encontro secreto entre Dilma e presidente do STF
Deputados do PSDB questionaram a moralidade do encontro, fora da agenda oficial, entre a presidente Dilma e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, em Portugal. A conversa entre os chefes dos poderes Executivo e Judiciário ocorreu na última terça-feira (7), antes de Dilma seguir para a VII Cúpula dos Brics, na Rússia.
O líder da Oposição na Câmara, Bruno Araújo (PE), acredita ser salutar a reunião dos chefes de poder quando acontece de forma transparente em território nacional. O encontro reservado soa, no mínimo, estranho em um momento de instabilidade política e crise econômica, destaca o tucano. “O fato dá ao Brasil a clareza da absoluta intranquilidade e falta de liturgia da presidente Dilma Rousseff, que manda que seja apresentada ao Brasil, como argumento daquele encontro — e pasmem! —, a discussão das questões salariais do Poder Judiciário”, afirmou Araújo.
A justificativa do governo para a reunião foi a discussão do projeto que reajusta os salários dos servidores do Judiciário. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também participou da conversa. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou ao portal “G1” que não publicou o encontro em razão de não ter sido comunicada previamente de que a reunião ocorreria em Portugal.
“Fomos surpreendidos com a descoberta de que a presidente foi a Portugal e na sua agenda não constava o encontro às escuras com Lewandowski”, lamentou da tribuna o deputado Caio Narcio (MG). O parlamentar convocou representantes do PT a explicar aos brasileiros se considera moral o encontro fora da agenda, especialmente no momento em que a popularidade de Dilma despenca.
EXPECTATIVA PARA A CPI
A oposição deve pedir explicações sobre a reunião para o ministro da Justiça, que será ouvido nesta quarta-feira (15) na CPI da Petrobras. Cardozo foi convocado para dar explicações sobre o caso das escutas clandestinas encontradas na cela do doleiro Alberto Youssef na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR). A audiência está marcada para as 14h30, no plenário 1.
(Da redação/ Foto: Alexssandro Loyola)
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