Bomba!

Realidade da economia em 2015 é exatamente o contrário da profetizada por Dilma, lembra tucano

O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) observou nesta sexta-feira (15) que uma “profecia” da presidente Dilma se cumpriu neste ano, mas da maneira mais negativa possível. A petista afirmava taxativamente em maio de 2014: “dizer que o Brasil vai explodir em 2015 é ridículo. Me desculpe. O Brasil não vai explodir em 2015. O Brasil vai é bombar”.

“Realmente, todo dia surge uma bomba de corrupção, uma bomba do aumento do desemprego e uma bomba do aumento da inflação. Até concordo com ela, o Brasil realmente está bombando em 2015, só que negativamente”, lamentou o tucano, ao apontar para o péssimo momento da economia que está destruindo o emprego e a renda dos trabalhadores no país.

Para o deputado, a politica econômica promovida pelo governo do PT e a má gestão em todas as áreas estão levando o Brasil a tal situação. Quando fez a tal afirmação, em 2014 no período pré-eleitoral, Dilma já sabia de todas as mazelas que estavam levando o país a um quadro de recessão. Disposta a “fazer o diabo” para vencer, a petista tentava rebater críticas e os alertas feitos pelo mercado e pela oposição com frases de efeitos como essa. Mais uma vez, a presidente caiu na contradição de suas próprias palavras.

A presidente dizia que a inflação estava sob controle e que “não cogitava” trocar a equipe econômica do governo. O que se vê agora é que a inflação periga sair de controle, sua equipe foi trocada para tentar salvar o país e os números da economia mostram o quão ridículas eram suas declarações.  Como destaca reportagem da “Época”, o salário médio dos brasileiros caiu como não se via há 12 anos. E todos temem que os empregos sumam. Enfim, a vida dos trabalhadores está oficialmente pior.

De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego é pior do que de muitos países desenvolvidos que estiveram no centro da crise econômica de 2008. Apenas na construção civil foram fechadas 214 mil vagas em um ano. A queda na renda da população também já dá sinais. De acordo com os números oficiais, o salário médio real teve uma redução de 2,8% em março em relação a fevereiro – a maior de um mês para o outro desde janeiro de 2003.

Segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que analisa o emprego em diferentes países, o Brasil conviverá com três anos de alta no desemprego. Segundo as estimativas da OIT e de analistas de mercado, a taxa de desocupação poderá chegar a 7,3% em 2016 e manter-se nesse patamar até o final de 2017. “Os dados do Brasil são decepcionantes”, diz Guy Rider, diretor-gerente da OIT. 

Reforma administrativa – Na avaliação de Raimundo Matos, Dilma não conseguiu se sensibilizar diante de tantos problemas e apresentou um ajuste fiscal paliativo, que não conseguirá reverter os problemas. Ao contrário, irá penalizar ainda mais o trabalhador. Para o tucano, a recuperação da economia depende, primeiro, de uma reforma administrativa capaz de reduzir os gastos do Estado e promover o saneamento das contas públicas, salvando, assim, os empregos.

O deputado cita o artigo “Gigantismo” do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto –publicado no jornal Folha de São Paulo – no qual o economista alerta para os excessos da máquina pública federal: 39 ministérios,  140 estatais, 128 autarquias, 34 fundações. Boa parte desses órgãos, segundo Raimundo Matos, não cumprem com suas finalidades e são ineficientes. Além disso, o Congresso, que tem o dever de fiscalizar, acaba não conseguindo fazer isso diante de uma estrutura tão grande.

Dilma, na opinião do parlamentar, antes de impor sacrifícios à sociedade, deveria reduzir essa estrutura.  “A maioria desse órgãos surgiu apenas para garantir o apadrinhamento político”, critica o deputado.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola / Áudio: Francisco Maia)