Pedido de socorro

Parlamentares defendem direito de manifestação dos caminhoneiros

Deputados do PSDB saíram em defesa, nesta terça-feira (24), dos caminhoneiros. Desde a semana passada, eles protestam nas rodovias contra a redução do preço dos fretes e o aumento de custos de transporte, como o dos combustíveis. Mas foi a partir desta terça que o movimento ganhou mais adesões.

Segundo o primeiro vice-líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), milhares de representantes da categoria pedem socorro a uma presidente da República alheia à gravidade da situação. “Será que ela consegue interpretar o que tem em torno desse profissional? O que é a vida dele? O que significa para a economia brasileira esse profissional em um país sem ferrovia, onde os modais de transporte não funcionam?”, questionou o parlamentar no Plenário da Casa.

No Facebook, o deputado Marco Tebaldi (SC) perguntou se os caminhoneiros vão “continuar pagando para trabalhar” e criticou a sequência de barbeiragens da gestão petista no setor de transportes. “Um país que não reajusta há cinco anos o preço do frete, que não investe em ferrovias e que mal consegue cuidar de suas precárias e perigosas rodovias, que são responsáveis por 60% da movimentação de cargas”, afirmou. “Os anos de irresponsabilidade da presidente Dilma Rousseff, os gastos desenfreados e inconsequentes agora desencadeiam o cenário de caos em nosso país”, acrescentou.

Na mesma rede social, o deputado Domingos Sávio (MG) rechaçou a tentativa do governo de asfixiar o movimento grevista. “Não é jogando a polícia ou a população contra os caminhoneiros que vai resolver esta situação tão séria. A greve é ruim pra todos. Os caminhoneiros são os que mais perdem, mas a paralisação prejudica a todos”, declarou.

Balanço – Ao longo desta terça, foram registrados atos da categoria em 13 estados, informou o portal de notícias “G1”. Um deles fechou os acessos ao Porto de Santos (SP), o maior do país.

O bloqueio de estradas começou a afetar, inclusive, o transporte de mercadorias nos portos e ferrovias do país. Segundo a administração do porto de Paranaguá (PR), apenas 10% dos carregamentos previstos para esta terça foram realizados. Desde segunda-feira (23), o terminal ferroviário de Rondonópolis, no sul de Mato Grosso, deixou de exportar 12,8 mil toneladas de grãos por dia, devido aos protestos que impedem a circulação dos caminhões.

Alheio ao drama e às reivindicações dos caminhoneiros, o governo limitou-se a ordenar, por meio do Ministério da Justiça, que a Advocacia-Geral da União (AGU) se mobilizasse contra os bloqueios.

As primeiras liminares favoráveis já foram expedidas. A Justiça Federal de Pelotas, no sul do Rio Grande do Sul, decidiu que os manifestantes devem desocupar três rodovias federais da região: BR-116, BR-293 e BR-392.

Em Minas Gerais, a Justiça Federal determinou a imediata desobstrução das rodovias federais que cortam o estado. A liberação das rodovias só deve acontecer nesta quarta-feira (25), assim que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) for notificada oficialmente. Em Santa Catarina, a PRF usou sua tropa de choque para liberar rodovias ocupadas pelo protesto de caminhoneiros.

(Reportagem: Luciana Bezerra, com informações do portal G1 e dos jornais “O Estado de S.Paulo” e “Folha de S.Paulo”/ Foto: Alexssandro Loyola)