Até onde irá a irresponsabilidade do governo Dilma?, por Vanderlei Macris


Acredito que, assim como eu, muitos brasileiros querem uma resposta a essa pergunta: primeiro a presidente planeja tirar os diretos dos trabalhadores no Seguro Desemprego, virando as costas para o desemprego que ela mesma provocou com a falta de investimento na indústria e, consequentemente, no comércio. Depois, trouxe de volta a Cide e o aumento de PIS/Cofins sobre a gasolina, fazendo o preço subir para os consumidores. Vetou a correção da Tabela do Imposto de Renda promovendo aumento aos contribuintes ao invés de diminuir. Agora, vem com outro aumento que pode chegar a 50% nas contas de luz.

Tudo isso para tentar amenizar sua evidente incompetência administrativa. Nós, da oposição, alertamos sucessivamente os eleitores para as mentiras e o engodo que é esse governo, mas Dilma Rousseff acusou seus adversários de campanha de inimigos perigosos. Disse que iríamos entregar a economia brasileira aos banqueiros e especuladores, mexer em direitos trabalhistas e praticar uma política de arrocho. O que vemos agora é que o aperto era exatamente o que a presidente e sua equipe já estavam planejando às escondidas, e que se confirma: os brasileiros foram vítimas de um verdadeiro estelionato eleitoral. Dilma ganhou o pleito (por pouco) usando a mentira como estratégia da campanha, mas cai sua máscara.

É um absurdo querer usar a energia elétrica para resolver o problema da falta de recurso do governo. Além do aumento adicional de 26% para as contas dos moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, haverá reajuste de 50% no valor cobrado no sistema de bandeiras tarifárias.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já autorizou um aumento extraordinário até março para cobrir as despesas do setor elétrico do fundo CDE (Centro de Desenvolvimento Energético) que não irá mais receber repasses do governo. O Tesouro Nacional não fará mais aportes ao setor elétrico nesse ano, apesar de uma previsão inicial no Orçamento da União de um repasse de R$ 9 bilhões. Sem esses recursos, os gastos terão que ser pagos pelo consumidor, com o aumento nas contas de luz. Nessa história, o consumidor deverá ter dois aumentos: um ordinário e outro extraordinário.

O CDE é um fundo que banca subsídios para fornecimento de energia à população de baixa renda, da região Norte e para o uso de carvão mineral nas usinas. Em 2014, o governo disponibilizou R$ 1,2 bilhões a fundo perdido para compra de energia. Em 2012, a presidente Dilma alterou várias regras do setor energético para reduzir a tarifa em 20%. Isso pouco resolveu para os consumidores que agora terão essa tarifa de volta com juros e correção, além das ameaças constantes de apagões. Blecautes que deverão ser mais constantes por conta de um sistema sucateado, sem investimento e planejamento adequado, falho, frágil e extremamente caro.

Venho cobrando incansavelmente ao ministério das Minas e Energia explicações sobre os constantes apagões e, assim, continuarei, ainda mais agora com as tarifas nas alturas.  O próprio Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, demonstrou falta de informação sobre o setor energético quando, no mês passado, declarou que o reajuste não chegaria a 40%. O ministro e a presidente sofrem do mesmo mal; descaso notório para a realidade brasileira. Problema que afeta a dignidade dos brasileiros e a competitividade nacional.

No mundo nem todos agem como a presidente, sendo desonesta com a maioria dos brasileiros. Hoje ela demonstra a que veio e para esse mal o melhor tratamento é a mobilização nas ruas!

(*) Vanderlei Macris é deputado federal pelo PSDB-SP. (Foto: Alexssandro Loyola)

 

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6 fevereiro, 2015 Artigosblog Sem commentários »

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