Quadrilha em ação


Compra da refinaria de Pasadena contou com jogo de cartas marcadas na Petrobras, avalia Izalci

8112611849_f3d283510a_zA operação que culminou na compra da refinaria de Pasadena (EUA) continua assegurando fortes emoções entre aqueles que ainda se espantam com o desembaraço petista diante dos cofres públicos. Reportagem da revista “Veja” do fim de semana trouxe a público uma relatório interno da Petrobras a respeito da negociação — que, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), gerou um prejuízo de US$ 792 milhões. Em 113 páginas, a palavra “irregularidade” é omitida, ainda que tenham sido constatados atos lesivos ao caixa da companhia.

 Para o deputado Izalci (DF), que integrou a CPI Mista da Petrobras concluída no mês passado, a conivência da atual diretoria, encabeçada pela engenheira Graça Foster, mostra que a “quadrilha fez o diabo” na petrolífera. “Foi uma armação combinada, um jogo de cartas marcadas com a participação do Palácio do Planalto. Agora que as coisas estão sendo desvendadas para a população”, disse.

 O documento aponta, por exemplo, que o ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró ofereceu por metade da refinaria americana 80% a mais do que a avaliação feita pela consultoria Muse Stancil, contratada pela própria Petrobras. Não satisfeito, o executivo ofereceu ainda US$ 25 milhões de bônus a serem divididos entre funcionários da Petrobras e da belga Astra Oil, proprietária de Pasadena, à qual adiantou outros US$ 10 milhões antes mesmo do fechamento do negócio.

 Cerveró foi detido na semana passado, assim que desembarcou de Londres no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro. A Justiça Federal decretou a prisão preventiva do ex-diretor por recomendação do Ministério Público Federal (MPF), que constatou “fortes indícios” de que ele continuava a praticar atos ilícitos após ser declarado réu, em dezembro, em processos decorrentes da Operação Lava Jato.

 No primeiro depoimento que prestou à Polícia Federal após a detenção, Cerveró negou ter sido beneficiado por propina, manter contas ou empresas no exterior e ter tentado ocultar seu patrimônio. Na sexta-feira (16), o executivo apresentou à Justiça um parecer para se isentar de responsabilidade de Pasadena. Ele voltou a culpar o Conselho de Administração da estatal, então presidido por Dilma Rousseff, pelos erros na compra. Ele diz no documento que o Conselho cometeu “grave falha” na aquisição da refinaria, adquirida da Astra em fevereiro de 2006.

 Turma da pesada – Outros 12 personagens da trama são citados na auditoria interna da Petrobras, como o presidente José Sergio Gabrielli, além dos ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços).

 Sobre Gabrielli pesa a acusação de que ele topou comprar a segunda metade de Pasadena ao custo de US$ 785 milhões sem discutir o valor com a diretoria e o Conselho de Administração da Petrobras. Segundo a auditoria, Costa ignorou os alertas sobre as condições desfavoráveis para o negócio, e Duque deixou por conta das empreiteiras a decisão sobre qual delas seria encarregada de fazer obras na unidade, localizada no Texas.

 (Da Redação, com informações da revista “Veja”)

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19 janeiro, 2015 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Quadrilha em ação”

  1. rubens malta campos disse:

    Entendo que com a nova composição do Congresso,uma nova CPI deverá ser aberta,mais o que vier dos depoimentos da operação Lava Jato,mais o recrudescimento da inflação,teremos clima político para requerer o impeachment da Dilma.

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