Desgoverno


ITV: inação da presidente diante de falcatruas na maior estatal do país simboliza como seu governo opera

charge-1411“O que Dilma Rousseff ainda está esperando para tomar atitude – qualquer atitude que seja – diante da escandalosa situação da Petrobras?”, questiona a Carta de Formulação e Mobilização Política desta segunda-feira (15). Como aponta o documento editado pelo Instituto Teotonio Vilela, o que se vê é um verdadeiro desgoverno. “Desde a campanha, Dilma tem demonstrado pouco apreço pelo trabalho. O clima é de fim de governo, de desgoverno. O problema é que restam quatro anos com ela à frente do país”, aponta trecho do documento editado pelo ITV, que cobra da petista atitudes urgentes antes que seja tarde demais.

O que Dilma Rousseff ainda está esperando para tomar atitude – qualquer atitude que seja – diante da escandalosa situação da Petrobras? A inação da presidente perante a maior empresa estatal do país combina com a postura da petista em relação à sua administração como um todo. Estamos diante de um desgoverno.

As denúncias de malfeitos na Petrobras se acumulam e se multiplicam. As irregularidades eram do conhecimento da atual diretoria há anos; as propinas derivadas de negócios escusos eram entregues a domicílio, feito pizza delivery; o descompromisso com o interesse público chegou ao cúmulo de permitir a assinatura de contratos com valores em branco.

A estatal afunda neste mar de lama. Vale hoje menos do que valia antes de as gigantescas reservas do pré-sal terem sido descobertas – talvez seja caso único na história em que uma riqueza empobreceu uma empresa. O acesso da Petrobras ao mercado de crédito está bloqueado e, com isso, as demais companhias brasileiras também são prejudicadas.

A ex-presidente do conselho de administração da petroleira na época do ápice da roubalheira – Dilma esteve nesta posição durante oito longos anos – assiste a tudo impassível. Mantém no comando da empresa uma diretoria que não tem mais autoridade para permanecer nos cargos, sob pena de tornar ainda mais penosa a já difícil ressurreição da Petrobras.

A Petrobras da conselheira Dilma não destoa do governo da presidente Dilma. A petista chefia um governo à deriva, descaracterizado, esfacelado. Pelo menos metade dos ministros está demissionária há um mês. A equipe econômica é hoje uma hidra de várias cabeças, nenhuma delas pensante. A chefe espera, observa e não age. A situação só piora.

Os que se anteciparam e deixaram seus cargos – como Marta Suplicy e Jorge Hage – saíram atirando. Criticaram a falta de uma equipe econômica “independente, experiente e comprovada”, como fez a ex-ministra da Cultura. Ou apontaram o controle “absolutamente insuficiente” sobre a atividade das empresas estatais, como afirmou o controlador-geral.

Desde a campanha eleitoral, Dilma Rousseff tem demonstrado pouco apreço pelo ato de governar. Basta lembrar que, entre agosto e setembro, a presidente foi a seu local de trabalho apenas em cinco ocasiões. Depois, até o fim do segundo turno da disputa, passou 40 dias sem pisar no Palácio do Planalto.

O clima é de fim de feira. Mas, infelizmente, ainda nos restam quatro longos anos com Dilma à frente do país. Difícil imaginar como atravessaremos este período se prevalecer o desgoverno que assistimos manifestar-se todos os dias. A petista precisa começar a agir, antes que seja tarde demais.

(Fonte: ITV/ Charge: Fernando Cabral)

Compartilhe:
15 dezembro, 2014 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Desgoverno”

  1. rubens malta campos disse:

    O que vejo pela frente é pedido de impeachment da Dilma.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *