Tática criminosa


Marchezan Júnior reprova estratégia petista de atacar juiz da Operação Lava Jato

O deputado Nelson Marchezan Júnior (RS) se juntou nesta terça-feira (14) às entidades representativas de magistrados e defendeu o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, da campanha difamatória promovida pela presidente Dilma Rousseff e pelo Partido dos Trabalhadores.

“O PT é especialista em receber a carta e atacar o carteiro”, comparou o tucano, que é advogado. “Ao invés de discutir a corrupção, o desvio dos recursos públicos, a interferência político-partidária, o enriquecimento ilícito de seus gestores, os petistas atacam o juiz que está tomando as decisões para que a justiça seja feita; os recursos, recuperados, e os criminosos, punidos”, acrescentou.

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Moro tem sido vítima de constantes ataques desde que foram divulgados trechos dos depoimentos prestados a ele, durante audiência pública em 8 de outubro, pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef.

Acuados diante das comprometedoras revelações, a presidente Dilma e o PT partiram para a tática da desmoralização do juiz. Os petistas o chamam de “irresponsável” por supostamente violar o acordo de delação premiada celebrado por Costa com o Ministério Público Federal e já homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A Justiça Federal do Paraná e entidades representativas do Judiciário reagiram rapidamente às tentativas de acusação a Moro. Em nota divulgada na sexta-feira (10), a Justiça Federal do Paraná lembrou que os depoimentos são relativos a uma das dez ações penais do caso, deflagrado com a Operação Lava Jato, na qual ambos foram presos. “Referidas ações penais não tramitam em segredo de Justiça e, portanto, estão sujeitas ao princípio da publicidade”, afirmou a nota. “O compromisso da Justiça Federal do Paraná é exclusivamente em relação à celeridade e à efetividade do processo”, encerrou.

 Ontem, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe) reiteraram, por meio de nota, a diferença entre os vários processos da Lava Jato e declararam total apoio e confiança no trabalho desenvolvido “com zelo e responsabilidade” pela Justiça Federal do Paraná a partir da investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. “A Ajufe e Apajufe não aceitam qualquer declaração que possa colocar em dúvida a lisura, eficiência e independência dos magistrados federais brasileiros”, completou a nota assinada pelos presidentes das duas instituições.

A Procuradoria da República do Paraná também reagiu. “A atuação da Polícia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário, nos procedimentos decorrentes da Lava Jato, é estritamente técnica, imparcial e apartidária”, concluiu a nota.

BILHÕES SURRUPIADOS – Segundo Paulo Roberto Costa, cada uma das diretorias da empresa reservava 3% do valor líquido de cada contrato para o caixa petista e de siglas governistas. Na área comandada por ele, o percentual era dividido entre o PT (2%) e o PP (1%), partido que o conduziu ao cargo. Nas demais diretorias onde o PT havia indicado o titular – Exploração e Produção, Gás e Energia e a de Serviços –, os 3% iam integralmente para os cofres petistas.

Estima-se que mais de R$ 10 bilhões tenham sido surrupiados da companhia por meio de contratos superfaturados. Eles eram celebrados, de acordo com Costa e Youssef, com um cartel de empreiteiras, que aceitou participar da operação fraudulenta na Petrobras para continuar a oferecer seus produtos e serviços a outros órgãos do governo federal.

 (Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Luiz Cruvinel – Agência Câmara/ Áudio: Hélio Ricardo)

 

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14 outubro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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