Economia desarranjada


Teimosia petista leva à combinação perversa de baixo crescimento e inflação estourada, diz Valdivino

valdivinoAlertas feitos há meses por parlamentares do PSDB que acompanham de perto a conjuntura econômica têm sido confirmados dia após a dia. Apesar de o discurso oficial alegar que há pessimismo em relação aos números da economia, as projeções de mercado e do próprio governo comprovam o legado maldito de Dilma Rousseff. Nesta semana, por exemplo, o Banco Central fez um diagnóstico preocupante para 2014, com redução da estimativa de crescimento do PIB deste ano, de 2% para 1,6%, e estouro da meta da inflação, que deve ultrapassar os 6,5% em setembro.  

Economista, o deputado Valdivino de Oliveira (GO) vem reiteradamente apontando falhas da política econômica petista. Para o tucano, a teimosia da atual gestão em manter uma política com resultados tão pífios está custando caro ao país, que precisa de alteração de rumos. “É um caminho que passa obviamente pela mudança na política econômica, na redução do custo Brasil, revisão da legislação tributária e uma série de coisas que só um novo governo fará, pois o que aí está acomodou-se e não muda”, lamentou nesta sexta-feira (27). 

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Na opinião do tucano,  a presidente e sua equipe têm sido inflexíveis e não conseguem fazer aquilo que o país mais precisa: investir e também incentivar os aportes da iniciativa privada. Para ele, esse é o principal caminho para que a nação recupere a confiança do empresariado, algo considerado primordial para voltar a crescer com mais fôlego.

Se o Relatório Trimestral de Inflação divulgado pelo BC prevê um incremento apenas 1,6% no PIB, os analistas de mercado preveem um cenário ainda mais sombrio: 1,16% de expansão, segundo a última edição do Boletim Focus, no qual o BC colhe projeções entre cerca de cem instituições.

NÚMEROS PREOCUPANTES – Os dados atuais dão noção do cenário nenhum pouco alentador. O gasto público está crescendo 14,1%, acima do ritmo de alta da receita, que é de 9,9%. Os números do BC para a indústria são negativos: encolhimento de 0,4% este ano, com queda de 1,9% na indústria de transformação no último trimestre e nova redução de 1,4% no primeiro trimestre de 2015. A inflação permanece resistente e o déficit externo deve atingir US$ 80 bi. Apesar de a inflação estar em queda no mundo, o índice no Brasil permanecerá acima do centro da meta.

Como se não bastasse, Valdivino lembra que o investimento no Brasil é um dos mais baixos entre as nações emergentes. Segundo ele, enquanto outros países do Brics aportam cerca de 26% do PIB, o Brasil não passa dos 18%. “Se tivesse feito os investimentos na hora certa hoje teríamos um PIB maior. Continuamos com baixo nível de investimentos, e isso nos mostra um horizonte ruim pela frente. Nossa produção tende a cair e se o Brasil não retomar a confiança dos empresários na economia, na política econômica e no próprio governo. Não retomar um bom nível de investimento levará a situação a piorar ainda mais”, reiterou o deputado.

Essa é a mesma avaliação do Banco Central. Para a instituição, um novo ciclo de expansão econômica vai depender da recuperação na confiança de consumidores e empresas. O consumo já contribui menos para o crescimento e precisa ser substituído pelos investimentos, que ainda estão em queda, e pelas exportações, que contribuem hoje pouco para o PIB.

Ao longo dos últimos anos a gestão petista apostou apenas no incentivo ao consumo, mas essa solução já demonstrou esgotamento. “Quanto à inflação, percebemos um certo descontrole do consumo que houve no passado, induzindo as famílias a gastar mais do que deveriam. Isso gerou um descompasso entre produção e demanda. Agora, está aí a inflação”, analisou. Outro efeito colateral foi o aumento do endividamento dos consumidores, que precisam se desdobrar para pagar as faturas. 

Recuperar a estabilidade de preços é algo que não acontecerá do dia para a noite. Os juros pararam de subir depois de uma longa escalada, de 7,25% para 11% entre abril de 2013 e abril de 2014. Ainda assim, só por volta de 2016 a inflação deve voltar a ficar abaixo de 6%. Também deve ser considerada a pressão de tarifas e preços controlados pelo governo, como o da gasolina. 

(Reportagem: Djan Moreno/ foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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27 junho, 2014 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Economia desarranjada”

  1. rubens malta campos disse:

    É isso aí.Legado maldito e futura herança também.

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