Puro marketing

Lentidão do PAC mostra incapacidade administrativa de Dilma, diz líder do PSDB

O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), voltou a chamar a atenção nesta sexta-feira (8) para a incapacidade gerencial do governo do PT, demonstrada de forma clara no Programa de Aceleração do Crescimento. O tucano criticou a gestão petista por não conseguir tocar obras fundamentais para o país, como as contidas no programa usado indevidamente como vitrine de marketing para a presidente Dilma, chamada por seu antecessor de “mãe do PAC”.

Levantamento da Assessoria Técnica da Liderança do PSDB na Câmara mostra que o governo não conseguiu executar ainda nem a totalidade do orçamento do PAC de 2007, ano do lançamento do programa. Dos R$ 16,5 bilhões autorizados naquele ano, 28% ainda não foram efetivamente pagos até agora. Em relação ao orçamento deste ano, apenas 3,2% dos R$ 61,4 bilhões autorizados no orçamento foram executados.

“O PAC vem se revelando muito mais uma fantasia, um plano de propaganda e marketing, do que uma realidade. Tem coisas importantes que deveriam ser feitas, mas não saem do papel. Então não adianta mais o governo, no último ano da melancólica administração da presidente Dilma, continuar com propaganda enganosa na TV ou no rádio, pois a população já não acredita mais”, alertou o líder tucano.

Exemplos da lentidão do programa não faltam. Nenhum centavo havia sido pago até o dia 30 de abril de 206 das 238 tocadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Na Valec a situação é semelhante. O trecho da Ferrovia Norte-Sul entre Palmas (TO) e Uruaçu (GO) por exemplo, teve apenas 0,18% dos valores pagos, sendo que só 6,68% das despesas foram empenhadas até então.

“Já estamos no quinto mês do ano e, de um total de mais de R$ 61 bilhões,  apenas 3,2% foram realizados. Isso demonstra a lentidão de um projeto que não anda e a incompetência de um governo que não tem capacidade de realizá-lo”, reiterou Imbassahy.

Péssima repercussão lá fora – É tão evidente a incapacidade do Planalto de tocar os empreendimentos que até mesmo os principais noticiários do mundo têm dado espaço às críticas ao governo Dilma. Em abril o jornal americano “The New York Times” ressaltou os atrasos em grandes projetos de infraestrutura no Brasil em reportagem intitulada “Do boom à ferrugem”.

O jornal cita obras que estão estagnadas no país, a exemplo da ferrovia Transnordestina, parte da segunda etapa do PAC. As obras da ferrovia estão entre as mais significativas do programa e têm previsão de conclusão apenas para 2016, seis anos depois do prazo estabelecido pelo governo federal e com aumento de R$ 5,4 bilhões no orçamento.

Já em editorial, o jornal britânico “Financial Times” comparou Dilma aos irmãos Marx, grupo de comediantes americanos que fez sucesso no teatro, no cinema e na TV a partir da década de 1920. O jornal cita, entre as “trapalhadas” de Dilma, os preparativos para a Copa do Mundo e a Olimpíada, que inclui diversas obras contidas no PAC, o risco de desabastecimento de energia e a deterioração do cenário econômico.

Para o líder do PSDB, a impressão que o Brasil passa lá fora é só uma mostra do sentimento de insatisfação dos brasileiros.   “Nada está sendo feito, as pessoas deixam de acreditar, a propaganda mostra a fantasia e a realidade do Brasil é outra. Diante disso, a população exige mudança”, disse.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)