Diplomacia no rumo errado


Em audiência com chanceler, tucanos apontam equívocos da política externa brasileira 

Más escolhas e estratégias questionáveis do governo petista foram levantadas por deputados durante audiência na comissão presidida pelo PSDB.

Más escolhas e estratégias questionáveis do governo petista foram levantadas por deputados durante audiência na comissão presidida pelo PSDB.

Em audiência com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, deputados apontaram falhas da política externa brasileira e apresentaram questionamentos sobre posicionamentos do Itamaraty. Uma das principais críticas feitas por parlamentares do PSDB diz respeito ao alinhamento do Brasil com governos ditatoriais. Outra questão levantada foi o fraco desempenho do país no comércio internacional. A audiência pública desta quarta-feira (7) foi pedida pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Barbosa (MG).

Vice-presidente do colegiado, o deputado Duarte Nogueira (SP) afirmou que o Brasil precisa voltar a ter uma política externa que projete o país e aumente sua influência internacional. Segundo ele, nos governos petistas a imagem brasileira no cenário externo e a sua participação no comércio internacional sofreu com escolhas erradas e levou a uma incapacidade gerencial para resolver gargalos que já podiam ter sido superados.

“No governo Dilma a política externa se tornou mais reativa, colocando o Itamaraty a serviço do humor da presidente Dilma em relação a alguns dos assuntos”,  disse. O tucano criticou ainda o aproximação do Brasil com regimes ditatoriais, como Líbia e Irã, e questionou decisões como a parceria frustrada com a Venezuela para a construção da refinaria Abreu Lima, em Pernambuco. Em sua avaliação, equívocos como esses lançam desconfianças sobre o país. “Esse alinhamento atrapalha o Brasil em seu objetivo de se estabelecer como uma importante força geopolítica global”, disse Nogueira.

O presidente da comissão fez avaliação semelhante. Para Barbosa, o ministro fez uma boa explanação sobre as ações do ministério, mas a aproximação de regimes que desrespeitam os direitos humanos e os princípios democráticos, como Cuba e Venezuela, não é positiva. Em sua avaliação, o país não tem que estabelecer laços com outras nações por razões meramente ideológicas. “Apesar de ter explicação para cada atitude referente a esses sistemas totalitários, do meu ponto de vista o governo continua errado”, apontou o deputado mineiro.

Em baixa no comércio internacional

Os parlamentares destacaram que o Brasil tem perdido a capacidade de realizar negócios. Segundo o Banco Mundial, o país afundou no posto de 116º lugar entre 189 nações e ficou em 22º entre os 32 países da América Latina, conforme lembrou Duarte. Já Emanuel Fernandes (SP) lembrou que o país é um dos lanternas no que se refere a comércio internacional.

O Brasil ocupa o 148º – último lugar – em importação como percentagem do PIB; e 145º em exportação como percentagem do PIB, segundo o Índice de Competitividade Global 2013-2014, do Fórum Econômico Mundial. “Ou seja, comercialmente, somos o país mais fechado do mundo”, lamentou o deputado.

Para o deputado, o Brasil não está entrando na onda do comércio mundial. “Por que não saímos do multilateralismo e não fazemos negociações caso a caso? Somos a 7ª economia do mundo e o último país no comércio mundial. Não fosse a exportação de soja e minério para a China a situação seria ainda pior”, apontou Emanuel, ao defender a realização de acordos bilaterais.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: / Áudio: Hélio Ricardo)

 

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7 maio, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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