Desrespeito aos congressistas
Ministro é convocado em resposta à ausência do presidente do BNDES em comissão da Câmara
A ausência do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, nesta quarta-feira (7) em audiência pública pedida pelo deputado Carlos Brandão (MA) na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), revoltou os integrantes do colegiado. Em resposta, eles convocaram o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Mauro Borges, para prestar os esclarecimentos que caberiam a Coutinho. O BNDES é subordinado ao MDIC.
O 1º vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Vanderlei Macris (SP), criticou a conduta do titular do banco de fomento. “Houve a demonstração clara de desrespeito ao Parlamento, ao processo democrático e à transparência com a qual devem se comportar os agentes públicos”, disse o tucano, que elogiou a reação imediata do colegiado. “Isso vai levar ao Executivo o recado claro de que, não comparecendo os agentes públicos que foram convidados, o ministro será convocado.”
Coutinho foi convidado a comparecer na CFFC para explicar a polêmica obra do Porto de Mariel, em Cuba, que custou US$ 957 milhões, 80% deste montante – o equivalente a US$ 682 milhões – saíram dos cofres do BNDES. Além disso, ele esclareceria o aporte bilionário no grupo JBS/Friboi, o Fundo Amazônia e o plano de investimento da instituição, que vem sendo criticado por concentrar elevado volume de recursos para financiar grandes empresas.
Na última hora – Segundo o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), a chefe de gabinete de Coutinho telefonou minutos antes do início dos trabalhos da CFFC para informar sobre a ausência dele no encontro e que, em seu lugar, iriam comparecer ela e um dos vice-presidentes do BNDES. O peemedebista recusou a proposta e propôs a convocação de Mauro Borges. O requerimento foi aprovado por 14 votos a zero e contou, inclusive, com a posição favorável de representantes da bancada governista. “Não abro mão do respeito aos deputados. Se ele [Luciano Coutinho] exerce cargo público, tem que vir prestar esclarecimentos. Ele nem ao menos ligou para a presidência desta comissão para justificar sua ausência”, criticou Motta.
(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Zeca Ribeiro – Câmara dos Deputados/ Áudio: Hélio Ricardo)
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