Ministro não convenceu


Macris cobra do ministro-chefe da CGU eficácia na apuração de denúncias

macrisO deputado Vanderlei Macris (SP) disse que as respostas do ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, não foram satisfatórias para esclarecer denúncia de irregularidades praticadas pelo ex-secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Paulo Roberto dos Santos Pinto. “O governo demora tanto para tomar decisões que as pessoas que precisam e devem ser investigadas poderão ser absolvidas por conta do processo de prescrição. Esperamos que o governo possa agir pela CGU de maneira mais eficaz, mais rápida. Não é o que está acontecendo”, lamentou. 

A audiência com o ministro da CGU, proposta por Macris, se deu por conta das denúncias veiculadas pela imprensa. A CGU demorou a apurar o envolvimento de funcionários denunciados na operação Esopo, da Polícia Federal.

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A PF identificou diversas práticas de crimes como fraude à licitação, corrupção, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro dentro do ministério do Trabalho. O chefe da CGU informou que quatro servidores estão sendo investigados, mas os nomes não podem ser revelados. Macris foi contrário à posição do ministro. “É lamentável, nem mesmo os nomes destas pessoas o governo se propôs a entregar. Parece que nem pelo fato em si eles estão sendo demitidos ou investigados”, ressaltou. 

O ministro Hage explicou que, nas auditorias realizadas pela CGU no mistério do Trabalho, foram constatadas irregularidades. Na tentativa de justificar os questionamentos, ele disse que os problemas envolvendo a pasta se arrastam há mais de 20 anos. Hage admitiu pelo menos duas irregularidades na gestão do ex-secretário Paulo Roberto dos Santos Pinto.

Macris lembrou que Dilma prometeu fazer uma faxina na corrupção, mas age de forma morosa e leniente na aplicação de penas. Macris criticou a Controladoria. “A CGU não está fazendo o seu papel como deveria. Precisava ser mais rápida nas punições em relação a essas denúncias de corrupção claramente presente em todos os ministérios”, avaliou. 

Os parlamentares abordaram ainda as irregularidades descobertas pela própria CGU em convênios com ONGs. Segundo Macris, essas entidades têm se tornando alternativas facilitadoras da corrupção no país. O tucano sugeriu outra modalidade de repasse de recursos a programas de assistência social. “É importante que esses recursos sejam repassados para os municípios e estados, e não diretamente”, recomendou. 

Desvios no Fome Zero

Sobre a solicitação de Macris quanto aos desvios de recursos do programa Fome Zero, no âmbito do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), a CGU respondeu que a própria Polícia Federal se encarregará de apurar e prestar as devidas informações juntamente com o Ministério Público.

Macris apresentará nos próximos dias um requerimento exigindo mais informações, inclusive a respeito da investigação dos quatro funcionários do ministério do Trabalho.

(Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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18 dezembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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