Estudo do cérebro


“Investimento em pesquisas e neurociência é uma necessidade”, afirma Mara Gabrilli em seminário

A pedido da deputada Mara Gabrilli (SP), a Comissão de Seguridade Social e Família realizou nesta terça-feira (29) o seminário “O Estudo do Cérebro, das neurociências e a divulgação dos seus benefícios”. A ideia foi 10563237183_1eb97118c5_bdiscutir o assunto entre parlamentares e profissionais da área e preparar o campo para a ciência brasileira nos próximos anos.

Para Mara, apesar de existirem muitos pesquisadores brasileiros qualificados nessa área, ainda é preciso sensibilizar autoridades e a opinião pública para atrair investimentos. “Hoje, mesmo contando com recursos escassos, nossos cientistas conseguem desenvolver trabalhos importantes, muitas vezes reconhecidos no exterior. Chegou a hora de buscarmos esse potencial e investimos em progresso e avanço para o nosso país”, avalia.

Sensibilizados pela alta qualidade do seminário e dos estudos em neurociências no Brasil, deputados presentes e membros da Comissão de Seguridade Social e Família assumiram o compromisso em investir nas pesquisas científicas sobre o cérebro, seja aprovando 2015 como o “Ano do Cérebro no Brasil”, seja destinando emendas parlamentares a centros de pesquisas destinados a este órgão.

Na opinião de Mara Gabrilli, idealizadora do evento, o grande desafio do século 21 está em entender o funcionamento do órgão mais complexo e fascinante do nosso corpo: o cérebro. “O avanço da ciência e da tecnologia trouxe novas perspectivas de vida. Grande parte de doenças infecciosas, tidas como mortais há poucas décadas, são facilmente combatidas pela medicina contemporânea”, afirma. Mara se refere a doenças como a esclerose múltipla, Parkinson, Alzheimer, esquizofrenia e a esclerose lateral amiotrófica (ELA), que se tornaram alvo da neurociência mundial. E não por acaso: estima-se que nos próximos 40 anos, mais de 100 milhões de pessoas serão atingidas só pelo Alzheimer.

Para o evento, foram convidados quatro pesquisadores do assunto, todos da Universidade Federal do Rio de Janeiro: Roberto Lent, Rogerio Pannizutti, Fernanda Tovar-Moll e Stevens Rehen, que abordaram os temas sistema nervoso, doenças psiquiátricas, doenças neurológicas e neurociência, respectivamente.

Na palestra inicial, Robert Lent salientou a urgência da criação de uma política de estado para investimento público na pesquisa da neurociência: “Não podemos deixar passar o tempo, caso contrário, os EUA e Europa vão abarcar todas as patentes dessas novas descobertas”.

Durante o seminário, os palestrantes também lembraram sobre os perigos por trás do turismo de células-tronco, empresas que oferecem tratamentos que não são validados pelas agências nacionais e que muitas vezes são cobrados, o que não pode acontecer em procedimentos experimentais.

Por sua vez, o professor da UFRJ Stevens Rehen anunciou uma novidade nas pesquisas que estão realizando na Universidade Federal do Rio de Janeiro: o trabalho com células reprogramadas a partir da urina, técnica que atraiu pesquisadores de diversos países que vieram para o Brasil interessados em trabalhar nessa tecnologia.

Quando falamos da relação do cérebro com doenças, o desenvolvimento das pesquisas nessa também se mostra em números. Hoje, existem cerca de 12 mil doenças, das quais só se conhece as bases moleculares de cerca de 2 mil. E só para 250 existem tratamento.

Para debater o impacto dessas doenças, será sediado em 2015 no Brasil, o Congresso Mundial sobre o Cérebro, que é organizado a cada quatro anos pela Organização Internacional de Pesquisas sobre o Cérebro. O Brasil será o primeiro país do Hemisfério Sul a sediar o evento.

(Da assessoria da deputada/ Foto: Alexssandro Loyola)

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29 outubro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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