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Tucanos exigem segurança na preservação de informações de brasileiros contra espionagem9922987755_ed9651b460_b

Durante audiência pública sobre as denúncias de espionagem praticada pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos contra o Brasil, deputados do PSDB cobraram providências do governo federal na tentativa de proteger a privacidade dos cidadãos.

O debate foi promovido pelas comissões de Constituição e Justiça; de Relações Exteriores e de Ciência e Tecnologia, e contou com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito; e do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Wilson Roberto Trezza.

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Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Paulo Abi-Ackel (MG) cobrou do ministro da Justiça providências do governo contra a espionagem no Brasil e investimentos em políticas que sirvam de obstáculos à interceptação de informações. O tucano considera preocupante o ministro ter admitido, durante o debate, que autoridades americanas – apreciando questões de narcotráfico e terrorismo – tenham promovido a quebra de sigilo.

“Até que ponto houve a quebra da soberania nacional? Até que ponto não houve desde 2003, ano em que foi criada a política de tecnologia em proteções nacionais, investimento por parte dos órgãos nacionais competentes para criar políticas que pudessem evitar essa espionagem americana?”, questionou Abi-Ackel durante a audiência. O parlamentar frisa a necessidade da adoção de medidas para proteger o cidadão.

O próprio ministro da Justiça admitiu que o Brasil pouco avançou na apuração das denúncias de espionagem, o que levou a presidente Dilma Rousseff a adiar a viagem de Estado que faria a Washington em outubro. O tucano Reinaldo Azambuja (MS) criticou a falta de ação do governo para coibir esse tipo de ação.

“As informações da presidente são vulneráveis. Essa dos EUA foi uma revelada. E os outros países que também têm seus métodos de bisbilhotagem? O governo não tomou nenhuma providência para proteger as informações do brasileiro. Ficou claro na fala do ministro que falta segurança na preservação das informações”, apontou Azambuja.

Na ocasião, Cardozo defendeu o aprimoramento das leis para defender a privacidade dos cidadãos e do Estado. Ele mencionou especificamente o marco civil da internet (PL 2126/11), em análise na Câmara. “A votação do marco civil é importante, mas é preciso saber quais são os investimentos feitos pelos órgãos competentes em proteção ao brasileiro”, avaliou Abi-Ackel.

→ No início de setembro, reportagem do Fantástico revelou que a presidente Dilma Rousseff e as comunicações dela com assessores foram alvo da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos. No domingo seguinte, o programa mostrou que a Petrobras também foi alvo direto de espionagem.

→ Na última semana, a presidente cancelou viagem aos Estados Unidos por causa de espionagem.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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24 setembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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