Economia


Vaz de Lima quer informações sobre empréstimos de bancos oficiais às empresas do grupo EBX

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou, nesta quarta-feira (7), requerimento do deputado Vaz de Lima (SP) que pede informações aos ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; dos presidentes do BNDES, Luciano Coutinho; e da Caixa Econômica, Jorge Hereda; sobre os empréstimos do BNDES e da Caixa Econômica às empresas do grupo EBX, do empresário Eike Batista.

Conforme lembrou o tucano, em 4 de julho os jornais brasileiros noticiaram a saída do empresário da presidência do Conselho de Administração da empresa MPX, empresa de energia e considerada a mais promissora do grupo EBX, conglomerado de empresas que atua na área de petróleo, energia, portos, navios, mineração e entretenimento.

A notícia de sua saída foi mais uma da série publicada na primeira semana de julho sobre o declínio do chamado império Eike Batista, que, no último ano, segundo a imprensa, teve uma perda de mais de US$ 20 bilhões de seu patrimônio. 

Em abril deste ano, a jornalista Miriam Leitão já alertava sobre a derrocada do empresário. Em seu artigo, a comentarista invertia o título de um livro de Eike Batista, chamado “O X da questão”, criticando a gestão de suas empresas e afirmando que a queda das ações era previsível.

No mesmo artigo, a jornalista alertava que “desde 2005, o BNDES aprovou R$ 9,1 bilhões em operações com o grupo e esta semana foi divulgado mais R$ 935 milhões. Mesmo com o derretimento das ações, a transfusão de empréstimos continua. As conversas com a Petrobras já começaram para que parcerias entre ela e a OGX sejam feitas. Os investidores fogem, mas a estatal se aproxima.”

“Ou seja, apesar de o mercado ter acendido a luz vermelha para a maneira nada ortodoxa do empresário administrar, tanto BNDES, como Caixa e a própria Petrobrás, seguiam na direção contrária e mais dinheiro era injetado no grupo”, disse o tucano.

Vaz de Lima lembrou ainda que em julho a forte queda das ações da OGX, outra empresa do grupo EBX da área de petróleo, puxou para baixo o desempenho da Bovespa. Segundo completou o deputado, apenas no primeiro trimestre de 2013, as seis companhias de capital aberto do empresário (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX e CCX) registraram um prejuízo total de R$ 1,154 bilhão, alta de 539% em relação ao mesmo período do ano passado. “Essas mesmas empresas tinham até o fim do ano passado uma dívida líquida de cerca de R$ 15 bilhões, de acordo com dados da Thomson Reuters.”

Um levantamento do jornal “Valor Econômico” mostrou que, juntas, as seis companhias perderam R$ 110 bilhões em valor de mercado desde seu melhor momento na bolsa até a cotação encerrada no final de junho. As empresas têm hoje um valor de mercado aproximado de R$ 9 bilhões. Já um cálculo feito pelo jornal “O Estado de São Paulo” mostra que quem investiu R$ 5 mil na OGX em 2008 teria hoje somente pouco mais de R$ 200. Diante da situação, Vaz de Lima quer saber por que os bancos continuam a investir no grupo mesmo após o mercado dar sinais de insegurança sobre as empresas.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Alexssandro Loyola)

 

 

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7 agosto, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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