Dinheiro pelo ralo


Falta fiscalização e sobra incompetência gerencial em obras de rodovias federais, criticam tucanos

Após audiência pública realizada nesta quarta-feira (3), o deputado Vanderlei Macris (SP) afirmou que falta fiscalização nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ele, os contratos dos empreendimentos são malfeitos e dão margem à corrupção. A reunião seria com o secretário do programa, Maurício Muniz, mas compareceram Marcelo Brutto, Diretor do Departamento de Infraestrutura e Logística, e Osmar Henrique, assessor do PAC.

Autor do pedido para realização do debate junto com o líder Carlos Sampaio (SP), Macris afirma que as explicações dadas pelos representantes do governo apenas reforçam a constatação de que as obras são feitas sem critérios e causam desperdício de dinheiro público. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) em obras recém-concluídas em 11 rodovias federais detectou defeitos graves em dez delas. As construções custaram R$ 740 milhões aos cofres públicos e, segundo tribunal, serão precisos mais R$ 159 milhões para sanar os problemas.

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Apesar de o governo garantir que está observando as recomendações do TCU, Macris afirma que o Congresso Nacional precisa acompanhar as obras. “Vamos continuar acompanhado para ver se efetivamente o governo está dando conta de fazer contratos bem feitos, com possibilidades reais de fiscalização e denúncia dos contratos que causam prejuízo ao erário e ao cidadão”, destaca.

O tucano afirma que as falhas colocam em risco a segurança de passageiros e motoristas nas estradas e são um verdadeiro entrave para a infraestrutura nacional. “A recuperação dessas rodovias foram, todas elas, mostradas pelo tribunal como obras imperfeitas. Todas esburacadas, com recapeamento comprometido, provocando acidentes, com grandes dificuldades para a população”, destacou.

Na avaliação do deputado, os empreendimentos do PAC são feitos com absoluta incapacidade de gestão. “Muitas vezes a fiscalização deficiente propicia a oportunidade de corrupção nesses contratos”, alertou.

O deputado Vaz de Lima (SP) afirmou que o país não pode continuar jogando dinheiro fora. “Quem passa por uma rodovia em obras e volta alguns meses depois percebe que tudo ‘esfarelou’, já se deteriorou”, disse. Trechos de rodovias como a BR116, em Minas Gerais, e as BRs 316 e 230, no Maranhão, apresentaram ondulações, afundamentos, trincas e desgastes exagerados poucos dias depois de prontos, necessitando de reparos, como apontou o TCU.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Roosewelt Pinheiro/Abr/ Áudio: Elyvio Blower)

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3 julho, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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