Cenário dramático


Gomes de Matos cobra política estratégica para reduzir consequências da seca no Nordeste

Diante das graves consequências provocadas pela seca prolongada no Nordeste, o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) cobrou, nesta terça-feira (6), uma política estratégica para amenizar o problema na região. O tucano defendeu a elaboração de projetos estruturantes e um trabalho permanente voltado ao semiárido nordestino. O assunto foi debatido em audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura, presidida pelo parlamentar.

Segundo o tucano, o debate serviu para alertar o governo federal a respeito da necessidade de fortalecer a execução orçamentária de obras e projetos. “São empreendimentos como a transposição do São Francisco que estão paralisados e que ajudariam a diminuir os problemas da estiagem. É preciso executar o orçamento de 2012 e abrir canais a fim de garantir recursos para o ano que vem”, disse.

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A discussão contou com a participação de integrantes do Ministério da Integração Nacional, do Banco do Nordeste, do Ministério da Agricultura, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), além de secretários dos estados. Gomes de Matos destacou a importância da participação do INPE, por ter mostrado que a estiagem será prolongada.

“Por isso, os órgãos governamentais precisam estar estruturados, ter uma política mais consistente e permanente de convivência com o semiárido, e fazer ainda com que os bancos elaborem suas projeções para não gerar dificuldade na renegociação das dívidas”, apontou.

O diretor do Departamento de Políticas de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional, Miguel Lacerda, levou para o debate um cenário animador, diferente da realidade. Segundo ele, ações estão sendo desenvolvidas pelo ministério para resolver a situação. São R$ 3,2 bilhões investidos em obras estruturantes. O problema é a lentidão na liberação dos recursos.

O deputado considera irrisório executar apenas 10% de um orçamento. E afirma: “A execução é pífia. Há programas que não tem 1% de execução. Há atraso nas ações e precisamos mudar isso. Recurso existe, o que falta é capacidade de gestão. É preciso agilidade para minimizar a situação”, reiterou.

O tucano sugeriu outras medidas para mudar o quadro, como fortalecer o pacto federativo, desenvolver ações nos estados, chamar os prefeitos eleitos para os desafios para que eles possam ter uma visão administrativa. “O grande problema é que o governo centraliza tudo: recursos, ações e programas. Ou seja, não fazem com que as ações sejam efetivadas, porque não descentraliza para os estados nem para os municípios”, concluiu.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower/ Vídeo: Hélio Ricardo)

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6 novembro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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