Cronologia da má gestão


Greve no funcionalismo e consolidação do “PIBinho” em 2012 marcam julho

Mais de 300 mil servidores públicos federais lotados em todo o país estão de braços cruzados, e não há perspectiva de fim da paralisação apesar dos prejuízos provocados ao povo brasileiro. Nas universidades, são mais de 1 milhão de alunos sem aulas há mais de dois meses. A greve é apenas um dos problemas que marcaram o governo Dilma em julho. Outro destaque está no campo da economia: como se não bastasse o mau resultado de 2011, quando o Brasil cresceu apenas 2,7%, neste ano a perspectiva é ainda mais sombria. Segundo o último boletim Focus do Banco Central, o mercado estima expansão do PIB inferior a 2%. Confira abaixo esses e outros temas que marcaram o sétimo mês do ano:

Nada de reformas: o mês começou com a celebração dos 18 anos do Plano Real, sucesso inequívoco que não contou com o apoio do PT quando foi votado. Este êxito contrasta com a falta de ousadia dos governos da legenda de Lula e Dilma: para voltar a dar saltos à frente, o Brasil clama por novos avanços estruturais, mas não tem tido quem os lidere. Apesar das promessas de campanha, a gestão petista não levou para frente nenhuma das reformas necessárias ao país, como a tributária e a política.

Sociedade prejudicada com paralisações: julho foi marcado pelo agravamento da greve dos servidores públicos federais, que abrange pelo menos sete ministérios e 30 órgãos públicos. Estima-se que mais de de 300 mil servidores estejam parados. Nas universidades, por exemplo, a greve é maior dos últimos 10 anos, prejudicando mais de 1 milhão de alunos. No embate entre servidores e Planalto, quem sai perdendo é a população.

“PIBinho” à vista:  indicadores econômicos anunciados por várias instituições convergem para o mesmo resultado: o país caminha para o segundo ano de baixo crescimento econômico.  Setores como a indústria, o comércio e a agricultura apresentam resultados fracos, e as políticas de incentivo ao consumo não conseguem os resultados desejados em virtude do elevado endividamento das famílias brasileiras.

Segundo pesquisa da Serasa Experian, a inadimplência do consumidor cresceu 19% no semestre. Já a indústria brasileira opera hoje no mesmo nível em que estava em fins de 2009. Por sua vez, os investimentos públicos não andam. No primeiro semestre deste ano, a gestão Dilma só conseguiu aplicar 21% do previsto para o exercício. Resultado: de acordo com o boletim Focus divulgado no dia 30, a economia brasileira deve crescer somente 1,9% neste ano. Diante dos indicadores, o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), disse que o governo perdeu as rédeas da economia.

PAC maquiado: no dia 26, o Planalto teve que abusar da criatividade para divulgar números do PAC. Mais uma vez o que segurou o desempenho do programa foram os financiamentos desembolsados para o “Minha Casa, Minha Vida”. Segundo o Ministério do Planejamento, a segunda etapa do programa, lançada há um ano e meio, conclui R$ 211 bilhões em obras, das quais R$ 129,3 bilhões (ou 61%) referem-se a incentivos habitacionais, principalmente financiamento a mutuários. Já as melhorias na área de transportes continuam a passos de tartaruga, muito aquém das necessidades nacionais.

Escândalo envolvendo obras na Norte-Sul: se saísse do papel, a ferrovia Norte-Sul daria um salto de qualidade na combalida infraestrutura brasileira. No entanto, infelizmente a obra aparece no noticiário apenas negativamente.  O ex-presidente  da Valec, estatal responsável pelo empreendimento, foi preso com mais três pessoas por fraudes em licitações da ferrovia.  “Juquinha” é  acusado pelo Ministério Público Federal de Goiás de ter construído um patrimônio de R$ 60 milhões com dinheiro desviado de obras públicas. Importante lembrar que  a conclusão da Norte-Sul foi prometida por Lula e Dilma para 2010, mas a previsão passou para o final de 2013.

Desequilíbrio na liberação de emendas: uma tentativa de esmagar a oposição.  Foi desta forma que o líder Bruno Araújo classificou a disparidade na liberação de emendas parlamentares pelo governo federal.  O desequilíbrio provocou impasse na votação da LDO, que só foi superado após a promessa do Planalto de liberar parte dos recursos destinados a obras em benefício da população nos municípios.

Segundo levantamento da Assessoria Técnica do PSDB, o governo empenhou R$ 237,6 milhões em emendas até 6/7 de um total de R$ 2,1 bilhões. Para os 19 partidos da base aliada, foram reservados R$ 230,1 milhões de um montante que chega a R$ 1,7 bilhão, o equivalente a 12,90%. Já dos R$ 399,64 milhões para as quatro legendas da oposição (PSDB, DEM, PPS e PSol), foram alocados somente R$ 7,5 milhões, ou seja, 1,88%.

Petrobras e Ministério dos Transportes em baixa : falta de investimentos, loteamento político e péssima administração culminaram em perdas na Petrobras e no Ministério dos Transportes. Com produção estagnada há três anos, a maior empresa do Brasil precisou recorrer a um plano de emergência para se recuperar da queda na eficiência. Nos Transportes, nem a “faxina” promovida pelo governo colocou as contas no lugar.

Desde 2003 a Petrobras fracassa em atingir metas de extração de petróleo e gás, por exemplo. Com vários problemas, a estatal é a mais desvalorizada do mundo na área de petróleo. No dia 4 a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou, com apoio do PSDB, requerimento que convida a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, para participar de audiência pública na Câmara para explicar os problemas na empresa. Já a pasta de Transportes lidera a queda de investimentos com recursos do orçamento em 2012, apesar da necessidade urgente de melhorias na infraestrutura viária no país.

De forma oportunista, Venezuela entra no Mercosul: com o apoio do governo brasileiro, a Venezuela ingressou no Mercosul aproveitando a suspensão temporária do Paraguai do bloco. O vizinho ao Sul não havia endossado o ingresso da nação comandada por Hugo Chávez. A suspensão ocorreu após o impeachment do presidente Fernando Lugo, que seguiu todas as regras da Constituição local. Como destacaram tucanos em julho, o governo de Chávez tem violado regras essenciais à democracia em seu país. E mais: há a denúncia do governo do Uruguai de que não teria existido consenso na decisão de suspender o Paraguai e incluir a Venezuela no Mercosul. Para Araújo, o bloco virou “meramente ideológico”.

Recursos para seca só no papel: ao longo do mês, a Liderança do PSDB na Câmara monitorou de perto a execução de três medidas provisórias editadas entre 24 de abril e 5 de junho que liberam créditos extraordinários no valor total de R$ 1,7 bilhão para combater os efeitos da seca e de enchentes país afora. Os números mostram que a maior parte do dinheiro está parado nos cofres do governo, prejudicando especialmente os nordestinos, que sofrem com a pior seca dos últimos 30 anos. Para os tucanos, o Planalto não cumpre com o seu papel.

(Da redação/ Fotos: Antonio Cruz – Agência Brasil)

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1 agosto, 2012 Sem categoria Sem commentários »

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