Medidas estruturantes


Incentivos concedidos à indústria não surtem efeito e setor retrocede, alerta Nishimori

Durante pronunciamento nessa quinta-feira (12), o deputado Luiz Nishimori (PR) criticou a limitação dos pacotes lançados pelo governo Dilma para tentar estimular a economia. Segundo o tucano, resultados divulgados pelo IBGE indicam que as medidas tomadas nos últimos anos não conseguiram impedir sequer que os setores privilegiados por benefícios também sucumbissem. “A indústria brasileira tem condições de se erguer, mas precisa de políticas públicas estruturantes que permitam uma espécie de competitividade”, ressaltou.

Segundo o deputado, os vários incentivos oficiais concedidos à indústria já não estão surtindo o efeito esperado devido ao endividamento da população. De acordo com o IBGE, o setor caiu 4,3% em maio na comparação com igual período do ano passado. “Foi a 9ª queda seguida nesta base de comparação e o pior desempenho desde setembro de 2009. Em um curto espaço de tempo, o setor retrocedeu tudo o que conseguiu avançar nos últimos anos”, lamentou.

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Na avaliação do parlamentar, o atual modelo de desenvolvimento econômico está se esgotando. Para ele, é preciso que o governo mude sua estratégia e adote uma política estrutural coerente em vez de costurar uma colcha de retalhos. “Precisamos de ações políticas que nos permitam o desenvolvimento econômico e o equilíbrio da competitividade com os mercados externos, que hoje atendem grande parte da demanda existente no país, simplesmente por se fazerem competitivos de uma forma que a nossa indústria não consegue ser”, ressaltou.

De acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) registrou em maio contração de 0,02% na comparação com abril. Esse índice é considerado uma prévia mensal do Produto Interno Bruto (PIB) e serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia.

“Infelizmente, o governo atual não deu a devida importância a alguns fatores determinantes para o desenvolvimento. Entre eles, fatores externos, que frente à crise econômico-financeira mundial iniciada em 2008, disse que a crise mundial teria o impacto de uma marolinha em nosso país”, finalizou.

A frase:

“O atual governo tenta aquecer a economia por meio do aumento do consumo, ao estimular os bancos a baixarem suas taxas de juros e reduzindo o IPI de alguns segmentos da indústria, mas, infelizmente, os maiores incentivos se verificam apenas no segmento automobilístico e na chamada linha branca, que são do setor metalúrgico.”

Deputado Luiz Nishimori (PR)

 

Indústria encolhida

→ Nesse primeiro semestre, a indústria brasileira já encolheu 3,4%. O recuo é generalizado: em maio, houve queda em 17 das 27 atividades pesquisadas, em 46 dos 76 subsetores e em 430 dos 755 produtos investigados pelo IBGE. Historicamente, entre 2003 e 2011, cerca de 60% dos ramos industriais conseguiam manter-se em alta, mas agora apenas 40% estão nesta privilegiada condição.

→ Segundo o “Estado de S. Paulo”, a economia brasileira ficou estagnada em maio. Dados do Banco Central  mostram que a atividade de empresas e indústrias teve ligeira contração de 0,02% ante abril. Apesar da falta de reação às medidas de incentivo ao crescimento tomadas pelo governo, a presidente minimizou a importância do dado que mede o tamanho da economia. “Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para as suas crianças e adolescentes, não é o PIB.”

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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13 julho, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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