Inadimplência

Kaefer adverte sobre possibilidade de quebradeira de empresas e contaminação do sistema financeiro

O deputado e empresário Alfredo Kaefer (PR) advertiu, em debate na TV Câmara, sobre a possibilidade de ocorrer no Brasil “uma quebradeira de empresas possível de levá-las à falência e capaz de contaminar o sistema financeiro devido à inadimplência, sem falar que já há seis bancos em situação difícil”.

A advertência foi feita no último programa “Brasil em debate” antes do recesso parlamentar e do qual o parlamentar e empresário participou juntamente com o deputado federal João Paulo Lima, do PT/PE. Ela resultou da avaliação crítica quanto à ausência de decisões adequadas para os problemas econômicos brasileiros no contexto de uma crise iniciada em 2008 nos Estados Unidos e que se propagou para outros países e regiões desenvolvidas como a União Europeia.

O Brasil, segundo Kaefer, não conseguiu adotar uma política anticíclica adequada de curto e longo prazo capaz de estimular o investimento e o crescimento econômico.

Entre as de curto prazo comentou que as adotadas, até agora, pelo governo Dilma carecem de eficácia, como, por exemplo, as desonerações tributárias de alguns setores produtores de bens duráveis e estímulos financeiros com a redução lenta de juros. A seu ver, além dela ter sido tardia porque poderia ter-se iniciado em 2009, o ritmo atual de redução da taxa Selic é insuficiente. O parlamentar e empresário defendeu um corte imediato de um ponto percentual na taxa Selic pelo Banco Central.

Quanto às medidas de longo prazo, destacou que não foram feitas as reformas tributária, trabalhista, previdenciária e política. Essas medidas, sobretudo as tributária e política, possibilitaram a única convergência de opiniões quanto às medidas necessárias à mudança do quadro econômico atual. Lima, ao contrário de Kaefer, assumiu uma visão otimista sobre a evolução da economia brasileira no contexto da crise mundial desencadeada em 2008, sem propor nenhuma medida concreta para a melhoria do quadro. E, após o término do programa, comentou que as divergências entre os dois era ideológica.

Kaefer, além da análise que fez da crise e do seu reflexo no Brasil, propôs várias medidas de curto prazo, entre elas a desoneração de cinco pontos percentuais nos tributos trabalhistas e o adiamento por 90 dias da arrecadação de tributos federais para todos os setores de forma a estimular investimentos e crescimento econômico, sobretudo no setor industrial responsável, em grande parte, pelas quedas sucessivas do Produto Interno Bruto.

(Da assessoria de deputado/ Foto: Alexssandro Loyola)