Sistema esgotado


Governo precisa adotar novo modelo para alavancar economia, alerta Kaefer

O deputado Alfredo Kaefer (PR) afirmou nesta quinta-feira (12) que o modelo adotado pelo governo petista para estimular o consumo está totalmente esgotado. Prova disso é a inadimplência do consumidor, que aumenta cada vez mais: subiu 19,1% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2011.

Apesar do alto endividamento das famílias, o país amarga uma baixa projeção do Produto Interno Bruto (PIB). O Banco Central reduziu a expectativa para 2,5% em 2012. Os números da Confederação Nacional da Indústria são ainda piores: 2,1% de crescimento e pífios 1% no setor industrial.

A presidente Dilma, no entanto, finge não reconhecer o problema. Durante conferência em Brasília, ela afirmou que o crescimento do país não deve ser medido pelo PIB. “Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz pelas suas crianças e seus adolescentes”, disse a petista, ao inventar um parâmetro de desenvolvimento na tentativa de camuflar a incompetência de sua gestão.

Para o tucano, é preciso criar outro modelo econômico, financiando infraestrutura e atividades empresariais que garantam efeito multiplicador à economia. Assim, a “roda” pode girar novamente. “Se algumas medidas não forem implantadas para dar liquidez ao sistema financeiro, vamos continuar com esse aperto da economia e acabar tendo mais problemas. O modelo se esgotou, não funciona mais. Não cabe mais nada no endividamento do consumidor brasileiro”, avaliou.

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Planalto demora demais para tomar as medidas necessárias para a expansão do PIB

Nessa quarta-feira (11), o Banco Central definiu uma nova redução da taxa básica de juros, a Selic, de 8,5% para 8% ao ano, seu menor patamar histórico. Em termos reais, o juro brasileiro está próximo de 2,3% – ainda assim, o terceiro maior do mundo, atrás apenas de China (3,7%) e Rússia (3,5%). Na opinião de Kaefer, o Banco Central poderia ter sido mais corajoso e ter derrubado a taxa Selic em 1,5 ponto percentual.

Conforme destacou Kaefer, o PIB esse ano não vai crescer sequer 2,7%, como em 2011. Por nove meses consecutivos, o IBGE aponta que a indústria brasileira não cresce. “Isso ocorre porque não estão tomando as medidas adequadas”, afirmou.

Durante pronunciamento ontem, o deputado apontou medidas para reverter a situação. Entre elas, a prorrogação do recolhimento de tributos federais por 90 dias, dado o cenário de crescimento inexpressivo do Produto Interno Bruto em 2012.

Renda comprometida

→ Segundo pesquisa da Serasa Experian divulgada ontem, a inadimplência do consumidor cresceu 19% no semestre. A renda, de acordo com análise feita pela entidade, está comprometida com dívidas caras (cheque especial e rotativo do cartão de crédito) e altas (veículos e imobiliárias). É uma situação que periga rumar para o descontrole, conforme mostrou o Instituto Teotônio Vilela (ITV).

→ A economista Aleciana Gusmão revelou que, entre os setores com maior peso nos cálculos feitos pelo IBGE, os dois cujas quedas geraram maior impacto foram o de móveis e eletrodomésticos (-3,1%) e o de materiais de construção (-11,3%), justamente os que receberam incentivos da redução de tributos. “Para nós, esses dados são preocupantes, porque tratam de dois setores sensíveis à oferta de crédito, o que pode continuar a travar o crescimento do varejo para os próximos meses”, ressaltou a economista do IBGE. A avaliação foi feita ao “Correio Braziliense”.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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12 julho, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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