Gravação suspeita


Investigação contra Protógenes no Conselho de Ética deve prosseguir, defende Sampaio

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara adiou para a próxima terça-feira (10) a votação da admissibilidade do relatório de Amauri Teixeira (PT-BA) para investigar o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP). Durante a reunião, parlamentares tucanos criticaram a interferência do PT na apuração. O comunista foi flagrado em gravação da Polícia Federal orientando Idalberto Matias de Araújo (Dadá), aliado a Carlinhos Cachoeira, a como proceder em um depoimento.

Para Carlos Sampaio (SP), o PT tenta tirar o foco do conselho. O tucano acredita que a postura do governo não é a adequada, pois o grupo tem autonomia de trabalho. “Eu não entendo como natural esse proceder e por isso sou favorável a que tenhamos uma investigação dentro deste Conselho. Mas outras reprimendas existem para que possamos mostrar à sociedade que não coadunamos, não aceitamos esse tipo de postura no Parlamento”, afirmou. Segundo Sampaio, há elementos suficientes para aprofundar a investigação. Ele acredita que, mesmo se não houver cassação, o delegado pode ser punido com outras medidas.

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Na opinião do líder da Minoria na Câmara, Antonio Carlos Mendes Thame (SP), a tentativa petista de interferir na decisão é esdrúxula. “Eles tentam fazer com que todos se verguem à sua orientação partidária. Portanto, o exemplo que vimos do PT tentando influir na votação dos membros do conselho é mais uma prova de como eles não querem órgãos independentes”, ressaltou.

Carlos Sampaio disse ainda que a admissibilidade da investigação contra Protógenes deve seguir porque o parlamentar agiu de forma inadequada. “Não é natural um deputado federal valer de seu cargo, ligar para uma testemunha e orientá-la em como proceder num processo onde ele é a pessoa investigada. O fato de ele estar investido no cargo faz com que ele tenha que ter cautela”, destacou.

O PSDB é autor da representação contra o delegado. As conversas que justificaram o pedido foram gravadas em 2011, quando ele já era deputado. A votação da próxima semana não tratará do mérito da representação, apenas decidirá se o colegiado tem ou não competência para apreciá-la. Os integrantes do colegiado realizaram duas sessões, mas não puderam analisar a admissibilidade do relatório porque o plenário da Casa estava em votação.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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4 julho, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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