Projetos no papel


Atraso das obras para a Copa pode comprometer mundial, alertam tucanos

O andamento das obras para a Copa de 2014 continua a passos de tartaruga. Apenas cinco das 101 construções previstas para o mundial estão prontas. Até abril deste ano, outras 55 ainda estavam em andamento e 41 não tinham saído do papel. Os números foram divulgados pelo Ministério do Esporte. Para os deputados Vaz de Lima (SP) e Raimundo Gomes de Matos (CE), o atraso só reforça o desinteresse e a falta de planejamento do governo petista na execução dos empreendimentos.

Gomes de Matos classifica de estarrecedora a falta de atenção do governo. Conforme lembrou, há mais de quatro anos ficou decidido que o Brasil sediaria a Copa, e, faltando 749 para o início do evento, não existe quase nada pronto. “Isso é grave, pois vai gerar toda uma instabilidade. Sem falar que depois terão que fazer obras emergenciais, sem qualidade e com preços superfaturados”, alertou nesta quinta-feira (24).

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Segundo o tucano, a negligência do Executivo trará um alto custo para os contribuintes. “O próprio Tribunal de Contas da União (TCU) tem apresentado suas posições mostrando que há irregularidade e falta um cronograma”, disse. O  tucano lembrou ainda que essas ações eram consideradas prioritárias pelo governo, mas infelizmente ficaram para trás.

Diante desse quadro, chama a atenção a alegação do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o seu extremo otimismo diante do quadro de atraso generalizado: “Não sei por que o preconceito com obras no papel. Não é porque está no papel que significa necessariamente um atraso”, afirmou.

Para Vaz de Lima, o ministro está fazendo jogo com o governo. “As obras deveriam estar em andamento, deveria ter um cronograma correto. O atraso vai comprometer o futuro das construções”, ressaltou. “A situação só demonstra o completo desinteresse do governo federal. A notícia de que o Brasil sediaria a Copa foi recebida com festa e, há tantos anos sabendo disso, tudo continua na mesma”, completou.

Segundo o tucano, um atraso dessa natureza pode comprometer a imagem do país. O deputado teme que as obras sejam feitas a qualquer preço e que o prejuízo seja muito maior.

Participação mínima

→ A Copa das Confederações de 2013 e a Copa de 2014 tiveram, juntas, um  investimento de R$ 200 milhões, menos de 1% dos R$ 27 bilhões previstos para os estádios, aeroportos, portos e obras de mobilidade urbana. Os números também são do Ministério do Esporte, conforme mostrou o jornal “O Globo”.

→ A maioria dos recursos para as obras vem da União. São R$ 4,7 bilhões em  investimentos, além de R$ 11,1 bilhões de financiamento federal. Apenas R$ 7,1 bilhões são recursos próprios de estados e municípios. A participação do setor privado é menor ainda: R$ 4,2 bilhões, ou seja, 15,6% dos R$ 27 bilhões.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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24 maio, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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