Endividamento elevado


Líder do PSDB demonstra preocupação com medidas de estímulo ao consumo

O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), demonstrou preocupação com as medidas adotadas pelo governo para estimular a economia. Para o tucano, em vez de trabalhar para reduzir a carga de impostos e gastos com a máquina pública, o Executivo federal segue a mesma linha dos incentivos lançados durante a crise econômica de 2008. De acordo com o parlamentar, ao promover o consumo, o Planalto contribui para o elevado endividamento da população.

“É com grande preocupação que estamos assistindo ao grau de endividamento da família brasileira e à falta de criatividade do governo de buscar outros mecanismos de estímulo à economia. É óbvio que a redução da taxa de juros é importante. Mas onde estão as macro decisões de redução da carga tributária, de diminuir os excessos e os gastos de custeio do governo central?”, questionou.

Para Araújo, não há novidades no pacote anunciado. Segundo ele, as medidas são “velhas”. “Nenhuma inovação. Estamos assistindo ao mesmo filme de 2008, quando, em plena crise mundial, o governo adotou essa medida. O remédio repetido a longo prazo pode não fazer efeito ou comprometer o doente. A sociedade tem hoje quase 45% de sua capacidade financeira comprometida com dívidas. O endividamento na classe C pode alcançar 60% dos rendimentos. O grau de inadimplência começa a chamar a atenção de todos”, ponderou.

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“São cenários diferentes. Em 2008, o brasileiro estava ávido por consumo e o governo abriu o crédito. Hoje, quase se procura forçar a população a comprometer o nível de endividamento de sua rotina doméstica, algo que afeta a qualidade de vida dos brasileiros”, completou.

Na opinião do líder tucano, existem outros caminhos para turbinar a economia. Araújo destacou que a redução de impostos nos automóveis afeta os fundos de participação dos estados e municípios. “Será que em um país dessa dimensão não há alternativa de política econômica de não apostar única e exclusivamente no consumo? Será que não há diversos setores da economia que merecem o mesmo tratamento privilegiado dado ao setor automobilístico? Isso é fazer a festa com o chapéu alheio. O impacto do IPI nada mais é que o governo federal posar de bonzinho e retirar dinheiro dos estados e municípios”, avaliou.

Da tribuna, o deputado destacou também as vultosas contribuições ao fundo partidário do PT, ao citar dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Enquanto o PSDB recebeu doações de R$ 2,3 milhões e o PMDB de R$ 2,8 milhões, a quantia recebida pelo partido da presidente Dilma totaliza R$ 51 milhões. “O PT recebeu R$ 51 milhões de aporte da iniciativa privada nas suas contas. Esse número faz todos repensarem. Primeiro, quem está na base do governo, por que esse tratamento de captação diferenciado? Segundo, há necessidade de valores como esse com regime de fundo partidário?”, perguntou.

Araújo ressaltou que o objetivo da arrecadação do fundo partidário é permitir a sobrevivência dos partidos e fortalecer a democracia, mas os valores recebidos pelo Partido dos Trabalhadores são desproporcionais. “Em uma situação absolutamente desproporcional, um partido que capta mais de R$ 50 milhões de reais de recursos privados para suas contas em detrimento dos outros dois maiores partidos do país, demonstra que há algo grave”, criticou.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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23 maio, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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