Custo para a sociedade

Para Macris, explicações de ministro sobre aumento dos custos da transposição são injustificáveis

Projeto mal encaminhado, falta de planejamento e incapacidade de gestão do governo federal. Esses três fatores prejudicaram as obras da transposição do rio São Francisco. A avaliação foi do deputado Vanderlei Macris (SP) após audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle com a presença do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Para o tucano, as explicações do titular sobre o aumento do custo do empreendimento e o abandono da obra foram injustificáveis.

“O ministro tentou se justificar, mostrou que agora há processo em andamento, mas quanto custou essa incompetência de gestão para a sociedade brasileira?”, questionou nesta terça-feira (22). De acordo com ele, está havendo muita dificuldade por parte do Executivo em terminar a construção. Ele voltou a citar matéria publicada pela “Folha de S.Paulo” segundo a qual o custo da transposição aumentou para R$ 5,2 bilhões em 2009, R$ 6,8 bilhões em 2011 e R$ 8,2 bilhões em 2012.

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“Ficou claro que houve total falta de planejamento e gestão. A obra estava prevista para R$ 4,8 bilhões e já está em R$ 8,2 bilhões. Um aumento alto em uma obra sem projeto nenhum. Isso custa para a população. Em visita ao Ceará, vimos alguns trechos da obra e observamos o abandono. Há muita irregularidade”, lamentou, ao relembrar visita de parlamentares da oposição a trecho da transposição no Ceará.

O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) também lamenta o atraso nas obras. “Há um abandono nos trechos. Isso mostra a falta de planejamento. Não o planejamento do papel, mas de execução. Inclusive o próprio PT reconhece isso”, ressaltou. “Até que ponto a área econômica interfere efetivamente no descontingenciamento?”, questionou, ao lembrar que em 2009 foi apresentada, na Comissão de Orçamento, uma proposição para criar um grupo de parlamentares para ajudar o ministério a tentar liberar esses recursos. Para ele, isso seria uma forma de tentar evitar a paralisação do empreendimento.