Coleta de assinaturas

Mutirão da sociedade pelo julgamento do mensalão é reação à impunidade, dizem deputados

Para os deputados William Dib (SP) e Reinaldo Azambuja (MS), o mutirão para recolher assinaturas pelo julgamento do mensalão é uma demonstração de que a sociedade brasileira não aceita mais a impunidade. No domingo (20), ocorreram manifestações em várias cidades pedindo o início da análise do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). Até a tarde de ontem, cerca de 20 mil pessoas haviam aderido à petição colocada na internet, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”.

Para Dib, a iniciativa mostra que é preciso acabar com a imagem de país da impunidade. “Temos que mostrar que o Brasil é uma nação séria. É um país que sabe fazer seus julgamentos e diminuir essa sensação de impunidade. Quando vemos 20 mil pessoas assinarem em pouco tempo um manifesto desse tipo, mostra que resta esperança de que a sociedade vai acabar se entendendo e formando posição frente a esses desmandos”, afirmou.

Azambuja destaca que a população não suporta mais os atos de corrupção. “A impunidade não pode reinar nesse país. As pessoas que cometeram desvios, que cometeram alguns deslizes, precisam pagar por isso. E a Justiça tem que dar essa resposta ao povo brasileiro. Esse é um mutirão de cidadania. Com certeza, no momento em que esse julgamento for feito, eu não tenho dúvida da punição. O que não pode é reinar esse ar de impunidade com essas pessoas que desviam dinheiro público”, disse.

Matéria do jornal “O Globo” revela que o ministro do STF Ricardo Lewandowski, revisor do processo, tenta concluir o voto até junho. A expectativa é que o julgamento ocorra em agosto. O processo tem 60 mil páginas e 38 acusados. A primeira semana do julgamento deve ser destinada às defesas. Os advogados terão 38 horas para fazer a sustentação oral.  O mensalão surgiu no governo Lula, em 2005. O então deputado Roberto Jefferson denunciou que o governo federal comprava deputados para votarem a favor do governo no Congresso.

(Reportagem: Artur Filho/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)