Governo omisso


Decisão da CGU de abrir processo contra a Delta chega com atraso, condena Mendes Thame

A decisão da Controladoria-Geral da União (CGU) de investigar a construtora Delta é tardia, na opinião do líder da Minoria na Câmara, Antonio Carlos Mendes Thame (SP). O tucano lembrou que as irregularidades na empreiteira foram reveladas pela Operação Mão Dupla, da Polícia Federal, em 2010. Participaram da investigação integrantes da própria CGU. Segundo o parlamentar, a instituição tem a missão de alertar o presidente da República sobre atos ilícitos e prevenir a corrupção.

“A decisão é uma estranha iniciativa extemporânea e chega com alguns anos de inexplicável atraso. Esse processo surge no momento em que o Congresso Nacional instala uma CPMI que, seguramente, vai alcançar as atividades dessa empresa chave no esquema do contraventor Carlos Cachoeira”, avaliou nessa quinta-feira (26).

Mendes Thame ressaltou que, após a investigação, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) assinou mais de 30 contratos com a Delta, no valor total de R$ 758 milhões. Em vez de atuar para prevenir a corrupção, a CGU se omitiu, destacou o deputado. “No entanto, se procurarmos uma marca que identifique o órgão nesses tempos turbulentos de tantos escândalos em série e que marcam o atual governo, a marca é o silêncio. E quando se manifesta, isso só acontece depois da porta escancarada. Em outras palavras, a CGU não previne e a corrupção se torna sistemática”, criticou.

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“O que fez a CGU em relação a centenas de aditivos que superfaturam os contratos no Dnit e em outros ministérios? E a respeito da contratação de obras vultosas sem projetos executivos, como exige a Lei de Licitações? O que fez a CGU sobre a decisão do novo diretor do Dnit de não só manter os contratos de todas as obras suspeitas de superfaturamento e ainda admitir que vai aprovar novos reajustes de preço? Nosso receio é que continuemos sem respostas”, condenou.

→ De acordo com Mendes Thame, entre as atribuições da CGU destacam-se: auditar e fiscalizar os programas de governo; investigar e apurar denúncias sobre atividades de servidores públicos; e produzir uma avaliação anual da gestão dos administradores federais.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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27 abril, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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