Organização criminosa


PSDB apresenta 43 requerimentos de requisição e de convocação à CPI do Cachoeira

O PSDB na Câmara apresentou 43 requerimentos à CPI Mista do Cachoeira. Os pedidos são assinados por Carlos Sampaio (SP), Fernando Francischini (PR), Domingos Sávio (MG) e Rogério Marinho (RN), representantes do partido na comissão. Os tucanos pediram a convocação de dezenas de personagens envolvidos em denúncias de irregularidades no esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso sob a acusação de comandar uma rede de jogos de azar no país. Os parlamentares solicitaram também os autos das operações Vegas, Monte Carlo e Apate, da Polícia Federal, entre outros documentos endereçados a vários órgãos.

De acordo com os deputados, a Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal em 2011, desarticulou uma organização criminosa que atuava na exploração de jogos de azar em Goiás e no entorno do Distrito Federal, comandada por Cachoeira. “Tal organização atuava à margem do Estado e da legalidade tal qual uma máfia, ou seja, com estrutura hierarquizada, funções distribuídas e remunerações bem definidas. Muitas vezes em parceria com agentes privados, no sentido de intervir, em troca de favores financeiros e materiais, no processo decisório a cargo de agentes públicos e políticos do Estado brasileiro, com o objetivo de beneficiar-se”, diz trecho da justificativa dos requerimentos.

Embrião da Operação Monte Carlo, a Operação Vegas, de 2008, apontou que o grupo teria rendimentos de R$ 180 milhões, advindos da ação delituosa. Já a Operação Apate, da PF, deflagrada em 2011 em conjunto com a Receita Federal, identificou o envolvimento de membros da organização criminosa de Carlinhos Cachoeira. Nessa investigação, o prejuízo apurado seria de R$ 200 milhões.

Sampaio foi o primeiro deputado a chegar à reunião da comissão, hoje pela manhã, para apresentar requerimentos. A CPI volta a se reunir na próxima quarta-feira (2), quando deve começar a analisar as solicitações. Confira os pedidos abaixo:

Requerimentos de requisição

1- Ao Supremo Tribunal Federal o inteiro teor dos autos constantes do inquérito da Operação Monte Carlo, incluídos os arquivos magnéticos e de áudio, decorrentes das quebras de sigilos bancário e telefônico e de interceptações telefônicas.

2- À Procuradoria Geral da República o inteiro teor dos autos da Operação Vegas, incluídos os arquivos magnéticos e de áudio, decorrentes de quebras de sigilo bancário e telefônico e de interceptações telefônicas.

3- À Secretaria da Receita Federal o inteiro teor dos autos relativos à Operação Apate.

4- Ao Tribunal de Contas da União (TCU) de cópias dos relatórios de auditoria e demais procedimentos instaurados, concluídos ou não, envolvendo a Delta, desde 2006 até a presente data.

5- À Controladoria-Geral da União (CGU) de cópias dos relatórios de auditoria e demais procedimentos instaurados, concluídos ou não, envolvendo a Delta, desde 2006 até a presente data.

6- À Procuradoria Geral da República (PGR) de cópias dos procedimentos investigativos abertos em razão de irregularidades envolvendo a Delta, desde 2006 até a presente data.

7- Ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios de cópias dos procedimentos investigativos abertos em razão de irregularidades envolvendo a Delta, desde 2006 até a presente data.

8- Ao Ministério Público do Estado de Goiás de cópias dos procedimentos investigativos abertos em razão de irregularidades envolvendo a Delta, desde 2006 até a presente data.

Requerimentos de convocação

1- Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar a organização criminosa.

2- Marconi Perillo, governador de Goiás, citado em conversas do grupo.

3- Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, citado em conversas do grupo.

4- Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Dnit. O órgão detém expressivo número de contratos firmados com a empresa Delta Construções, que mantinha contatos com o grupo criminoso de Cachoeira.

5- Fernando Cavendish, dono da empresa Delta Construções.

6- Cláudio Dias de Abreu, ex-diretor da Delta na Região Centro-Oeste.

7-Carlos Pacheco, executivo da Delta e citado em diálogos da organização criminosa.

8- Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, apontado como araponga do grupo.

9- Joaquim Gomes Thomé Neto, considerado araponga do grupo.

10- Jairo Martins de Souza, considerado araponga do grupo.

11- Roberto Coppola, argentino sócio da empresa Larami, que controlou o serviço de loterias on-line do Paraná entre 2002 e 2004. A investigação da Polícia Federal revelou um e-mail de um dos laranjas de Cachoeira para Coppola. Outros e-mails mostram que parceiros do bicheiro planejavam, em 2010, o restabelecimento de uma loteria estadual no Paraná. Um dos envolvidos na conversa é o argentino. Tudo indica que ele seja sócio do contraventor.

12- José Olímpio de Queiroga Neto, apontado como gerente no entorno do DF e de GO.

13- Arnaldo Rúbio Júnior, apontado como gerente na cidade de Goiânia.

14- Lenine Araújo de Souza, apontado como gerente do jogo do bicho, além de cuidar da contabilidade do grupo.

15- William Vitorino, apontado como auxiliar de Lenine na gerência do jogo do bicho e na contabilidade do grupo.

16- Geovani Pereira da Silva, apontado como contador e tesoureiro do grupo.

17- Gleyb Ferreira da Cruz, apontado como contador e tesoureiro do grupo.

18- Wladimir Garcez Henrique, apontado como facilitador do grupo junto às polícias civil e militar de Goiás.

19- Deuselino Valadares dos Santos, apontado como responsável pelo municiamento de informações ao grupo.

20- Fernando Antônio Hereda Byron Filho, apontado como responsável pelo municiamento de informações ao grupo.

21- Anderson Aguiar Drumond, apontado como responsável pelo municiamento de informações ao grupo.

22- Adriano Aprígio de Souza, apontado como o principal “laranja” do grupo, além de ex-cunhado de Cachoeira.

23- Andréa Aprígio de Souza, apontado como importante “laranja” do grupo, assim como ex-esposa de Cachoeira.

24- Sebastião de Almeida Ramos Júnior, apontado como importante “laranja” do grupo e irmão de Cachoeira.

25- Marcos Antônio de Almeida Ramos, considerado um importante “laranja” da organização criminosa e irmão de Cachoeira.

26- Rogério Diniz, considerado um importante “laranja” da organização criminosa e auxiliar direto de Cachoeira.

27- Rosely Pantoja da Silva, apontada como “laranja”.

28- Carlos Alberto de Lima, apontado como “laranja”.

29- Álvaro Ribeiro da Silva, apontado como “laranja”.

30- João Macedo de Miranda, apontado como “laranja”.

31- Edson Coelho dos Santos, apontado como “laranja”.

32- Marcelo Vieira da Silva, apontado como “laranja”.

33- Paulo de Almeida Ramos, apontado como “laranja”.

34- André Teixeira Jorge, considerado “laranja”.

35- Carlos Antônio Nogueira, considerado “laranja”.

(Da redação/Foto: Saulo Cruz/AG. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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25 abril, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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