Economia


Em debate com petista na TV, Kaefer defende “choque de gestão” no governo Dilma

Há necessidade de um “choque de gestão” no governo Dilma para reduzir os gastos correntes, como os que bancam o funcionalismo público, e melhorar os investimentos, inclusive os relativos às versões 1 e 2 do Programa de Aceleração do Crescimento. Principal iniciativa da gestão petista na área de infraestrutura, o PAC enfrenta dificuldades para tirar as obras do papel. A opinião é do empresário e deputado Alfredo Kaefer (PR), que participou de debate com o deputado Sibá Machado (PT-AC) no programa “Frente a Frente”, da Rede Viva de Televisão, que será exibido hoje às 23h15.

O tucano defendeu a necessidade de o Legislativo promover as reformas necessárias ao Brasil, sobretudo a tributária, devido ao excesso de impostos incidentes sobre as pessoas físicas e jurídicas. Segundo ele, inexiste vontade política da presidente Dilma Rousseff em realizá-las, assim como aconteceu na gestão Lula.

Integrante da Executiva Nacional do PSDB, Kaefer considerou excessiva a atual carga tributária de 37% do Produto Interno Bruto (PIB) e citou sua Proposta de Emenda Constitucional que estabelece uma redução para 25% do PIB ao longo de 10 anos, bem como a redistribuição do total de impostos arrecadados no Brasil entre seus entes federativos. No modelo idealizado pelo parlamentar, a União teria 50%, os estados, 25%; e os municípios, 25% da arrecadação total de tributos do país.

O debate foi marcado pela oposição ferrenha do petista às idéias e opiniões do tucano, inclusive quanto ao momento escolhido pelo governo federal para forçar uma queda das taxas de juros, a exemplo do que está acontecendo agora. Para Sibá Machado, a escolha do momento atual foi acertada, enquanto Kaefer disse que ela deveria ter ocorrido no auge da crise econômica mundial.

Para o tucano, entre 2008 e 2009 o Banco Central poderia ter cortado bruscamente em dois pontos porcentuais a taxa Selic para depois, caso necessário, fazer alguns ajustes. Ele lembrou que sua posição foi defendida na época, juntamente com a necessidade de se adotar outras medidas para evitar a desindustrialização brasileira, provocada, entre outros fatos, pela valorização do Real e a perda da competitividade para produtos da China, da Índia e de outras origens.

O parlamentar paranaense comentou que, caso as medidas econômicas recentes não fossem tomadas, “o crescimento do PIB em 2012 poderia ser negativo ou próximo de zero”. Agora, a seu ver, a expansão do PIB deverá se situar entre 3% a 3,3% neste ano.

Alfredo Kaefer foi contra uma proposta de Sibá Machado de promover mudanças quanto às aplicações na caderneta de poupança diante do possível aumento da atratividade desta tradicional forma de investimento com relação a outras do mercado financeiro devido às quedas de juros. O tucano considerou a caderneta de poupança uma “instituição brasileira” que não deve ser mexida, nem tampouco a utilização de seus recursos a longo prazo no financiamento de imóveis, saneamento e outros investimentos em infraestrutura.

(Da assessoria do deputado, com alterações/ Foto: Alexssandro Loyola)

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24 abril, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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