Descaso inaceitável

Para líder do PSDB na Câmara, houve omissão da CGU no caso dos contratos da Delta

O líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), afirmou ter estranhado a demora para a Controladoria-Geral da União (CGU) tomar providências em relação às graves irregularidades cometidas pela construtora Delta no Ceará. “Se a CGU e o ministro Jorge Hage tinham conhecimento dos desvios desde 2010 e só agiram agora, isso revela, no mínimo, uma grave omissão”, afirmou Araújo. Diante da demora, o tucano anuncia que apresentará requerimento para que o ministro Hage preste esclarecimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara ou mesmo na CPI a ser instalada esta semana.

Em agosto de 2010, a construtora teria sido apontada pela operação Mão Dupla, feita pela própria CGU com a Polícia Federal (PF), como “líder de um esquema de corrupção que desviou milhões de reais dos cofres da União” – e ainda assim assinou novos contratos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que ultrapassaram R$ 750 milhões, além de outros firmados com órgãos federais (em setembro de 2010, em consórcio com outras duas empresas, a Delta conseguiu com a estatal Valec um contrato para as obras do lote 1 da Ferrovia Oeste-Leste, na Bahia).

O líder tucano questiona ainda qual seria o motivo da espera pela CGU. “Por que tanta demora? Por que fazê-lo só agora, às vésperas da instalação da CPI que invariavelmente alcançará essas irregularidades? Será esse mais um capítulo da faxina seletiva de Dilma, que só age quando não lhe resta alternativa? O ministro Jorge Hage precisa esclarecer essas questões”, defende Bruno Araújo.

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