Tráfico de influência


A pedido do PSDB, Comissão de Ética Pública solicita explicações de Pimentel sobre consultorias

Após representação do PSDB, a Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu pedir informações ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, sobre denúncias ligadas à atividade de consultoria. Depois de receber os dados solicitados, o colegiado pode abrir ou não investigação sobre o caso.

Para o presidente nacional do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), a medida é positiva, mas a apuração de denúncias não pode ficar restrita a Pimentel. “Saúdo a iniciativa da Comissão de Ética de aprofundar a investigação contra o ministro Pimentel. Começa a ser feito o que ninguém mais faz. É muito estranho que todos possam ser investigados, menos o PT. As investigações não devem parar no Pimentel”, disse no Twitter.

Em dezembro de 2011, o então líder tucano na Câmara, Duarte Nogueira (SP), e o líder no Senado, Alvaro Dias (PR), protocolaram representação contra o titular. Eles pediram abertura de processo administrativo para apurar o recebimento, por Pimentel, de R$ 2 milhões pela prestação de serviços de consultoria. Naquele mês, reportagens do jornal “O Globo” revelaram serviços prestados a empresas em 2009 e 2010. A atividade levantou suspeitas de tráfico de influência.

Em plenário, o deputado Jutahy Junior (BA) destacou que o papel da oposição é cobrar e não aceitar a impunidade. Ele lembra que Pimentel continua no cargo mesmo diante das denúncias e da cobrança da comissão. “Agora ele está diante da seguinte situação: se esconde para não prestar esclarecimento, na ideia de que, pelo fato de a presidente da República estar popular, pode continuar exercendo sua função tranquilamente, sem dar satisfação alguma à opinião pública”, criticou. Ele citou outros casos polêmicos que corroem a imagem do governo federal: a compra de imóveis pelos presidentes do Banco do Brasil e da Previ com dinheiro vivo. “Não aceitamos, não admitimos que popularidade seja base de troca de impunidade. Queremos fiscalização, cobrança e eficiência”, concluiu.

O relator do caso na comissão, Fábio Coutinho, defendeu a abertura do procedimento em 12 de março, mas a votação acabou sendo adiada. O presidente do colegiado, Sepúlveda Pertence, deu o voto decisivo nesta segunda-feira (26). Segundo o portal “G1”, Pimentel terá 10 dias para apresentar as informações.

(Da redação/ Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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26 março, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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